Fã Número Um



     Airton Senna emocionou torcedores do Brasil e do resto do mundo. O fantástico piloto conseguiu transformar a elitizada Fórmula Um em esporte de massa no país. É certo que as vitórias brasileiras começaram com Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, mas a relação com o público tornou-se mais forte com o carismático Senna.

     Surgiram milhões de torcedores em todo Brasil. Até em Várzea Alegre a primeira categoria do automobilismo ganhou inúmeros fãs. Mas certamente nenhuma pessoa no mundo admirou tanto Airton Senna quanto o cabo reformado Saraiva. Não perdia a transmissão de nenhuma das corridas do ano, nem mesmo as acontecidas nos autódromos da Ásia oriental, cujo sinal chegava ao Brasil na madrugada.

     No fim da década de oitenta, em uma manhã de domingo da pacata Várzea Alegre, o cabo Saraiva se preparava para assistir a mais uma corrida do grande campeão quando ouviu um estrondoso trovão. O sinal da TV desapareceu. Bateu um desespero no torcedor, pois o horário da largada se aproximava e a televisão só chiava. Imediatamente resolveu ligar para o seu filho, Sargento Klécio Davison, que fazia um curso no Rio de Janeiro.

     Logo Saraiva e o seu filho descobriram uma maneira rápida de sanar a falta do sinal de TV em Várzea Alegre. Na Cidade Maravilhosa Klecin pôs o telefone na caixa de som da televisão para seu querido pai escutar em Várzea Alegre toda a narração da corrida.

     O torcedor ouviu tudo, inclusive as propagandas e os comentários do expert Reginaldo Leme. Só desligou o telefone depois que ouviu o famoso tema da vitória e a ansiada frase do narrador Galvão Bueno:

     - Airton Senna do Brasillllllllllllllllll...




Colaboração: Klébia Fiúza