POEMINHA CORRUPTO
Político corrupto
é ave de rapina:
tem garra ferina,
ávida de propina.
Aos poderosos
sempre se inclina:
ao padre, venera a batina,
aos militares, o brilho da botina
(servir de lacaio é sua sina).
Seu mau cheiro
sobe à narina
feito perfume-fedentina.
Lavagem de dinheiro
é sua faxina...
Corrupção, a luz que os ilumina.
Mentira e falsidade,
alimentos de rotina...
A verdade, por convicção,
o político elimina
(transparência com ele não combina).
Sua língua,
bífida e sibilina,
a trapaça sempre rumina.
O pobre discrimina
e à justiça declina,
maleável feito gelatina.
Seu partido tem sabor
e cor de anilina.
Sua urna é latrina,
e o olhar, gélido, calcina.
Por onde passa,
haja trapaça e ruína!
Enfim, o torto,
o injusto e o malfeito,
sobremaneira,
o fascinam.
(José de Castro, in "Quem brinca em serviço - textos de humor. Natal/RN: Sebo Vermelho, 2003).
OBS> para estimular a reflexão em torno da importância do voto.