POEMINHA CORRUPTO

Político corrupto

é ave de rapina:

tem garra ferina,

ávida de propina.

Aos poderosos

sempre se inclina:

ao padre, venera a batina,

aos militares, o brilho da botina

(servir de lacaio é sua sina).

Seu mau cheiro

sobe à narina

feito perfume-fedentina.

Lavagem de dinheiro

é sua faxina...

Corrupção, a luz que os ilumina.

Mentira e falsidade,

alimentos de rotina...

A verdade, por convicção,

o político elimina

(transparência com ele não combina).

Sua língua,

bífida e sibilina,

a trapaça sempre rumina.

O pobre discrimina

e à justiça declina,

maleável feito gelatina.

Seu partido tem sabor

e cor de anilina.

Sua urna é latrina,

e o olhar, gélido, calcina.

Por onde passa,

haja trapaça e ruína!

Enfim, o torto,

o injusto e o malfeito,

sobremaneira,

o fascinam.

(José de Castro, in "Quem brinca em serviço - textos de humor. Natal/RN: Sebo Vermelho, 2003).

OBS> para estimular a reflexão em torno da importância do voto.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 31/07/2006
Código do texto: T205858
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