AOS BAIANOS, SOCORRO: SAMPA ENCOBERTA DE...TAPIOCA!

Nunca escondi de ninguém que não sou lá essas coisas na cozinha, embora acredite que não exista pratos fáceis ou difíceis de se fazer e sim aqueles pratos que sabemos fazer.

O treino é o instrumento que nos leva quase à perfeição da arte, porém não tenho mais dúvidas, o que me falta é o talento culinário, isso sim!

E desde que conheci algumas das maravilhas da culinária baiana, elegi uma que tem todo o meu estilo de ser, a pensar que seria fácil, prático e bem diversificado, além de nutritivo e com muita parcimônia da criatividade (que não me pertence) até light : a tal da tapioca. Quem depois de a conhecer por ela não se apaixona?

Quando pela primeira vez ouvi falar da tapioca, e atenta observei seu preparo, logo pensei " imagina, bico!- tá no prato, fácil, fácil!" e nem de longe poderia adivinhar que existem uma legião de receitas com o tal produto: a farinha de tapioca.

Eu sinceramente achava que tudo era uma coisa só.

Então, certa vez voltei da Bahia feliz da vida , quando tratei de trazer de lá um saquinho de farinha de tapioca e me pus no fogão a tentar elaborar a tal da massa para a confecção do que chamo de "pizza dos baianos".

E não é? Só mudaria a massa e o formato. Mini pizza de tapioca, ora essa! A nossa de farinha de trigo e a deles de farinha de mandioca! Nada demais. Trocamos o azeite de oliva pelo de Dende, e lá esta pronta uma bela pizza de italiana à baiana.

Mas que nada! Comprei a farinha errada, a para mingau de tapioca, aliás DELICIOSO, e de lá nunca fiz uma tapioca sequer!

Porém não desisti e, ao me informar, descobri que precisaria da goma para tapioca.

Bom se fosse só isso seria fácil, só que a goma tem que ser preparada. E aí mora o meu perigo! A preparação da goma.

A farinha vem como se fosse um polvilho bem fininho e o segredo está na hidratação da mesma.

Uma Baiana então me ensinou: "Tem segredo não, três medidas de farinha e uma medida de água.A goma preparada dura uma semana na geladeira".

Dessa vez comprei a farinha certa. Andei, andei muito e finalmente num mercado encontrei a tal da goma para tapioca.Parecia estar no caminho certo. Porém...

Acabo de vir da cozinha feito a "branca de neve". Tem farinha até nos meus ossos... Tentei de tudo! Socooorro! Baianos do céu, afinal, como se dá o ponto nessa goma de tapioca? A minha não faz a massa nem a toque de milagre do Nosso- Senhor- do -Bom -Fim.

E o pior é que resolvi peneirar a gororoba depois de hiperhidratada a massa, e claro, entopiu todos os minúsculos buraquinhos da minha peneira...e nada, nadinha!Tem farinha até no telhado do meu edifício. O clima aqui é de neve europeia!

Bah! Será que nunca vou aprender a fazer aquela massinha homogenea que as baianas fazem tão bem, com tanta facilidade?

Mas acabo de ter uma ideia...perigosa mas ideia válida. A de reciclar a minha pizza de tapioca para uma receita de "bolinho de estudante" também feito do tal produto. Uma maravilha do mundo baiano.

Mas eu pergunto sobre o detalhe principal: o tal bolinho é feito da goma ou da farinha de tapioca? Ah, mero detalhe, que bobagem a minha.

Gente, verdade, socorro mesmo!

Vou voltar lá na cozinha e tentar. Podem apostar: meus miolos vão torrar o tal dos bolinhos...e o perene verão baiano que se cuide porque se nevar na Bahia, podem apostar, será minha tapioca de Sampa nublando o calorão de lá...Fui.