MORENA FACEIRA
Conegundes já quarentão, porém, muito tímido morava próximo à casa de Antero, seu amigo, um gaúcho de boa cepa, onde nunca faltava uma xícara de mate para os amigos.
Antero era casado com Lourdinha, uma morena linda, de corpo maravilhoso e Conegundes há muito tempo estava de olho nela, mas não tinha coragem nem de conversar com a morena. Lourdinha por sua vez percebia os olhares do vizinho, mas muito faceira fingia desperceber; no entanto, se insinuava ante os olhares deste, aumentando os requebros dos quadris. Conegundes ficava louco quando via a morena passar, ela apenas sorria provocante.
Certo dia Antero confidenciou ao amigo que iria fazer uma pequena viagem de negócios, coisa de dois dias. Conegundes lhe desejou uma boa viagem e anteviu a possibilidade de aproximar-se da mulata. Passou a noite olhando pela greta da janela no intuito de ver o amigo partindo; fato consumado ao raiar do dia.
Assim que amanheceu, Conegundes arrumou-se todo, perfumou-se e foi à casa da morena com a desculpa esfarrapada de falar com Antero. Lourdinha o informou da viagem do marido, e o convidou para entrar. O rapaz aceitou o convite, entrou e ficou de pé na sala. Não estava acostumado a uma situação daquela. Lourdinha também permanecia calada olhando para o chão. Por várias vezes a morena cruzava as pernas se insinuando, deixando ver as belas coxas. O rapaz acompanhava os movimentos delas com grande excitação.
Por algum tempo permaneceram em silêncio. A certa altura Conegundes se encheu de coragem e resolveu quebrar o gelo:
-Dona Lourdinha, o que a senhora acha, fazemos besteira ou tomamos um mate?
A morena assustou-se e fingindo uma vergonha que não sentia abaixou a cabeça e respondeu exibindo sarcasticamente um leve sorriso:
- Minha Nossa Senhora da Carupita! O senhor me desculpe mas o mate acabou, portanto...