MEU ESPELHO

(Sócrates Di Lima)

Meu espelho,

É um cara engraçado,

Não me dá nenhum conselho,

Mas, me quer escangalhado.

Meu espelho, ri de mim também,

Debocha da minha cara e do meu olhar.,

Diz que o meu sorriso é de desdém,

Sem ver meu coração, diz que devo apanhar.

Meu espelho é um fanfarrão,

Nem conhece o meu interior.,

Tão pouco sabe do meu coração,

Tão pouco sabe do meu amor.

Mas, o meu espelho insiste,

Dá gargalhada quando me vê.,

Diz que não lê minha alma, mas, persiste,

Acha tudo isto, nem sei por quê.

Não vou dizer que ele é idiota,

Nem que é imbecil, mas, mete o nariz.,

Onde não é chamado, e, um ou outro, não importa,

Para ele, tenho cara de aprendiz.

E na verdade, pensando melhor,

Meu espelho está certo,

Poderia ser pior,

Perder a minha alma na solidão do deserto.

Esse espelho maldoso e cruel,

Mesmo certo, está errado.,

Não quero que me ponha na boca o fel,

Nem que me ache com cara de desgovernado.

Mas, uma coisa é certa, não é covardia,

Apago a,luz quando passo por ele., excesso de zelo.,

Na minha euforia viro-lhe as costas durante o dia,

Qualquer hora, feliz da vida, quebra meu espelho.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 30/12/2009
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T2002859
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