DOIDA.
DOIDA.
Diziam os barqueiros do São Francisco: Terra quente que braseiro. É o JUAZEIRO, a gente chega e encontra o que se qué; CHEIRO DE MUIÉ.
Domingo vinha na Rua da Apolo, encontro Zé da MASSAROCA, uma sacola com a galinha morta e depenada e um vidro com o sangue:
- Vô cumê uma "Galinha de Cabidela" mais minha irmã.
- E tudo bem, seu Zé?
- Rapaz! A feira do Juazeiro tá é lascada...Não acha mais cachaça de JANUARIA...Não tem fumo de ARAPIRACA...
- E a MASSAROCA tá boa?
- I tá...Domingo tem vaquejada, vai lá pra gente cumê uma umbuzada...
- O ano tá bom de chuva...
- Vige! Tá é bom demais... A caatinga tá é verdinha, o bode ta tudo gordo... Ruim tá minha laranjeira.
- A Laranjeira?
- Credita que eu tenho um pé de laranja, Laranja do Sergipe, dava uma laranja docinha demais da conta... Sabe cachorro doido?
- Cachorro raivoso? Sei... Perigoso, morder e pegar a raiva.
- Então e eu não tô dizendo? Aparece uma peste dum cachorro raivoso na MASSAROCA, e o doido mordeu meu pé de laranjeira...
- Matou a laranjeira?
- Pior; endoidou de vez...
- O quê???
- Ficou doido... Não bota mais laranja, mas bota Banana, caju, manga, tangerina, assim tudo no mesmo tempo e no mesmo galho...
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