Rabo preso
O celular toca e ele atende todo meloso:
-- Oooi, minha gostosuuura!... -- ele fala com voz grave e sensual.
-- Oi nada! Já tá saindo com outra, né? -- ela responde agudamente malcriada.
-- Que outra?! Como assim? -- ele pergunta embasbacado.
-- Eu vi você entrando no motel com uma sirigaita... e ainda tava tentando se esconder, se abaixando todo no banco, né, seu safado? -- ela contrapõe manhosamente chorosa.
-- Aaaahhh... não é outra, não. -- ele responde abaixando ainda mais a voz e tapando o celular e a boca com a mão livre junto com um ombro todo curvado -- Era a minha esposa. É que a gente fez dez anos de casamento e ela me pediu pra comemorar num motel, como nos velhos tempos...
-- Tua esposa, é? Sei... Então por que tava tentando se esconder, hein? -- ela pergunta dubitativamente seca e irada.
-- É que eu não queria que algum amigo meu me visse entrando num motel com a minha própria esposa, né? -- ele argumenta compassivamente num sussurro -- O quê que eles iam pensar de mim?
-- Tá bem... -- ela diz, novamente conciliadora e dengosa -- Como eu sei que você é mais de contar safadeza do que de fazer mesmo, eu vou acreditar, meu docinho...
-- Acho bom. -- ele retruca aliviado -- Mas... péra aí!... Como foi que você me viu entrando no motel, hein? -- ele pergunta súbita e altamente desconfiado, além de muito interessado na resposta.
Vai explicar!...
*
N.A. - Esta bobagem não é (auto)biográfica, é só uma piada. :)