CONVERSAS AO TELEFONE
Dois ex-governantes conversavam de forma animada ao telefone a respeito dos problemas de gestão vividos por um governante atual e se diziam surpresos com tudo o que estava acontecendo.
- Durante minha gestão o trabalhador assalariado não foi tão massacrado como tem acontecido nos últimos governos, principalmente nesse atual – comentou o primeiro deles.
- E nem durante o meu governo – respondeu o segundo.
E aquele papo telefônico, marcado por um requinte meio saudosista, mergulhou noite adentro, sempre com um escore empatado no que dizia respeito às respostas dadas por eles, tentando, assim, justificar o bom desempenho apresentado, em particular, durante a gestão de cada um deles.
- Nenhum de nós dois viveu sequer um semestre com a constante eclosão de problemas político-partidários, semelhantes a esses que o atual governante tem vivido nos últimos tempos. Em termos de desajustes e falcatruas político-partidários, envolvendo parceiros de vários partidos, parece-nos que é a primeira vez que isso acontece e o mais grave é que ninguém faz nada para melhorar – afirmou o primeiro.
- Onde já se viu algum representante do povo, em sã consciência, querer se envolver com parceiros partidários em situações duvidosas como essas e ainda mais quando se trata da função de administrador dos fundos arrecadados para financiar campanhas eleitorais? Isso é um absurdo e ninguém merece ser infestado por uma contaminação dessas – rebateu o segundo.
O papo ao telefone rolava por mais de duas horas, até que o primeiro foi interrompido por uma ligação no seu telefone celular:
- Vou ter de desligar por alguns instantes, companheiro, depois retomaremos nosso bate-papo – comentou.
Transcorridos pouco mais de quinze minutos aquele “companheiro” retorna a ligação.
- Algum problema mais sério? - pergunta o segundo.
Com a voz meio embargada, o primeiro responde:
- Não é nada sério, não. Mas quer mesmo saber a verdade?
- Fala companheiro, você sabe que entre nós não há subterfúgio, nem rodeios. A nossa relação é de uma transparência total e irrestrita – contemporizou o segundo.
- Pois é, companheiro, eu acabo de ser preterido pelo atual governante. Imagine você que ele está desistindo de me colocar entre os seus parceiros partidários encarregados da administração dos fundos arrecadados visando à elaboração dos rumos que nortearão essa sua próxima campanha política.
- Alguma razão justificável ou algum motivo que eu não conheço? – pergunta o segundo.
E o primeiro responde, demonstrando certa intolerância no falar:
- Não, companheiro, eu fui dispensado dessa missão porque, segundo o nosso candidato, há muito tempo este posto está reservado pra você e que ele fora concedido em troca do apoio partidário que você dará a ele no decorrer dessa sua campanha política.
- Tenha uma boa noite e aproveite bem esse seu novo momento - completou.
Dois ex-governantes conversavam de forma animada ao telefone a respeito dos problemas de gestão vividos por um governante atual e se diziam surpresos com tudo o que estava acontecendo.
- Durante minha gestão o trabalhador assalariado não foi tão massacrado como tem acontecido nos últimos governos, principalmente nesse atual – comentou o primeiro deles.
- E nem durante o meu governo – respondeu o segundo.
E aquele papo telefônico, marcado por um requinte meio saudosista, mergulhou noite adentro, sempre com um escore empatado no que dizia respeito às respostas dadas por eles, tentando, assim, justificar o bom desempenho apresentado, em particular, durante a gestão de cada um deles.
- Nenhum de nós dois viveu sequer um semestre com a constante eclosão de problemas político-partidários, semelhantes a esses que o atual governante tem vivido nos últimos tempos. Em termos de desajustes e falcatruas político-partidários, envolvendo parceiros de vários partidos, parece-nos que é a primeira vez que isso acontece e o mais grave é que ninguém faz nada para melhorar – afirmou o primeiro.
- Onde já se viu algum representante do povo, em sã consciência, querer se envolver com parceiros partidários em situações duvidosas como essas e ainda mais quando se trata da função de administrador dos fundos arrecadados para financiar campanhas eleitorais? Isso é um absurdo e ninguém merece ser infestado por uma contaminação dessas – rebateu o segundo.
O papo ao telefone rolava por mais de duas horas, até que o primeiro foi interrompido por uma ligação no seu telefone celular:
- Vou ter de desligar por alguns instantes, companheiro, depois retomaremos nosso bate-papo – comentou.
Transcorridos pouco mais de quinze minutos aquele “companheiro” retorna a ligação.
- Algum problema mais sério? - pergunta o segundo.
Com a voz meio embargada, o primeiro responde:
- Não é nada sério, não. Mas quer mesmo saber a verdade?
- Fala companheiro, você sabe que entre nós não há subterfúgio, nem rodeios. A nossa relação é de uma transparência total e irrestrita – contemporizou o segundo.
- Pois é, companheiro, eu acabo de ser preterido pelo atual governante. Imagine você que ele está desistindo de me colocar entre os seus parceiros partidários encarregados da administração dos fundos arrecadados visando à elaboração dos rumos que nortearão essa sua próxima campanha política.
- Alguma razão justificável ou algum motivo que eu não conheço? – pergunta o segundo.
E o primeiro responde, demonstrando certa intolerância no falar:
- Não, companheiro, eu fui dispensado dessa missão porque, segundo o nosso candidato, há muito tempo este posto está reservado pra você e que ele fora concedido em troca do apoio partidário que você dará a ele no decorrer dessa sua campanha política.
- Tenha uma boa noite e aproveite bem esse seu novo momento - completou.