FULGENCIO E A SOGRA! (Mudei o nome do persoinagem, a pedidos)

Fulgencio cara legal!

Não faz sofrer a ninguém.

Faz rir quem se sente mal.

Seca choro de nenem!

Outro dia viu a sogra

Paquerando um rapaz.

Correu, o salvou da ogra,

Antes dele dizer: "Mas..."

Ao ve-la enraivecida

Pela sua interferência,

Disse: "Salvei sua vida,

Pois ele tem impotência!"

Ela não se amofinou,

Ainda o genro beijou.

______________________

O jóvem sem entender,

Deu-lhe a mão a agradecer:

"Obrigado meu amigo,

Estava de 'saia justa'

Só olhando pro umbigo,

E ela só me assusta".

"Já estou acostumado

Ao meu sogro ajudei,

Pois nunca ví tão "galhado',

Achar que era um bom rei",

Responde o genro bom,

Que sempre quebrou o 'galho'

Da velha com seu batom,

À procura de um paspalho.

__________________________

Graças a Deus a esposa

Não tinha este defeito,

Trabalhava firmemente

Sozinha com o Prefeito.

Que era o mais honesto

Que este país já viu,

Nunca fizera incesto

Nem roubara um 'tisiu'.

Mas um dia coitadinho

Ficou sem auxiliar.

Pois gripando no caminho;

Manda sua mãe ajudar.

A velha vai bem bonita

Jogar o laço, catita.

______________________

Ao ve-la muito disposta,

No desempenho aposta.

Mas eis que a velha matreira,

Se senta no 'vis-à-vis',

Mostrando suas perneiras

Que encobrem a variz.

Sendo de boa textura,

Chamam a atenção do Edil.

Vendo o olho 'à procura',

Se alegra e pede: "Mil"!

O prefeito sai gritando

O Fulgencio pelo nome.

Vai correndo, suspirando,

Pra salvar o pobre homem.

_______________________

Acostumado aos arroubos

Da sogrinha mui safada,

O Fulgêncio joga a água,

Na fervura desandada.

"Não se assuste Seu Prefeito

O que ela lhe contou,

Foi que gastou 'mil' com jeito,

Na perneira que comprou".

O Edil desconcertado,

Se ajoelha em desculpa,

E ela num requebrado,

Diz: "Não sofra, mea-culpa".

E desiste do trabalho,

Chamando-o de paspalho.

________________________

Com a passagem do tempo,

O Fulgêncio enrugou.

Por enfrentar contra-tempo,

Que a velha sogra criou.

Afinal um belo dia,

A velha se capotou.

No Velório, de bengala

Fulgêncio desabafou:

"Vá com sorte pras profundas,

Corromper o Belzebú.

Reveja as oriundas

Raízes do seu rebú".

Mas cai de costas ao chão

Pois praga, mata ancião.

_______________________

Tenta no céu uma brecha,

Mas o Porteiro negou:

"Fechando seus olhos,pecha

Única, voce ditou!"

"Caminha, busca lugar,

Onde melhor for abrigo!"

Fulgêncio põe-se a chorar

E o além vai consigo.

Roda, vira cabisbaixo,

Tratando se consolar.

Eis que ao olhar pra baixo,

Ouve alguém a lhe gritar:

"Corre meu genro querido:

Aqui não acho partido!"

________________________

fala@drmarcioconsigo.com