AMOR ESTRANHO...
Não tem explicação
Para tanta comoção
A explodir em meu peito
Uma dor que não tem jeito
Inominável vil despeito
Produto da demência solta
Que cuspiu no prato
Onde comeu com gosto
E veio a hora do espanto
Eu que estava aqui pronto
Pra recebê-la em meu canto
Vejo meus sonhos desfeitos
Ser CORNO assim é doideira
Por um rinoceronte de saias
Que a mantém prisioneira
Amordaçada num cativeiro
Mulher violenta e brutamontes
GORDA, mal cheirosa e deselegante
Que levou dos meus braços
A menina dos meus sonhos
Que dizia que me amava tanto
Mas não tem nada... A fila anda
Vou procurar e achar passeando
Arrumo uma outra na estrada
Mais madura e desimpedida
E que não esteja tão bichada
Que não me arrume trapalhadas
Respeite este poeta apaixonado
E que por mim seja bem amada.
Hildebrando Menezes