CASOS DO DR. DENTADURA

Hoje passarei a vocês esta passagem de quando trabalhava com este emérito protético de Goiás,que se denominava Dr.Dentadura que por coincidências,era meu tio.Na época eu exercia a profissão de protético juramentado.

La pras bandas que já se vai muito longe,quando a juventude impregnava este ser que vos escreve,eu auxiliava emérito Dr.Dentadura na função de provir de dentes os menos privilegiados de uma arcada dentária mais aprazível.E entre uma dentadura e outra, colocada nas bocas dos cidadãos,eu e Dr.Dentadura tínhamos a nossa hora de lazer que ninguém é de ferro.

Desta feita fomos convidados a participar de uma festa junina em um colégio estadual daquela emérita cidade de Goias,propriamente dita Ipameri,a qual nos acolhia naquele eventual momento e naquele memorável dia fatídico.

Dr. Dentadura um homem ladino astucioso cheio de manhas e gozador,me disse:

-Meu amigo,hoje vamos fazer uma brincadeira que vai ficar nos anais da história desta cidade.

E como ficou!

Feito o plano,saímos a cata de uma folha de papel pardo,uma garrafa de cerveja vazia,e um estopim de dinamite.

Feito o programado e desenhado,voltamos ao hotel onde hospedávamos para confeccionar o dito cujo artefato,pseudo explosivo idealizado, que seria uma bomba caseira de mentirinha.De acordo com o combinado programado e idealizado,enrolamos o papel pardo em volta da garrafa,enfiamos o estopim pela boca do gargalo da garrafa. Feito isto,amarramos a boca da garrafa e o pé da mesma com um barbante enrolado em ambas as pontas,dando um formato real de uma bomba,um pouco maior de que as convencionais.

Chegado a noite, de porte da maldita bomba,fomos para a tal grande festa.Como de praxe festa junina tem que ter bastante fogos de artifícios,quentões,pés de moleque,e outros bichos mais.

La pelas tantas,quando a nossa mesa estava bastante cheia de vários amigos que havíamos conquistado em nossos período naquela cidade, o salão abarrotado de gente dançando a tradicional "la vem a cobra,é mentira".

Dr.Dentadura após me dar um sinal de rabo de olho,eu me levantei fui ao banheiro como combinado e em seguida ele foi encontrar comigo no próprio,no qual la montamos a nossa estratégia de ataque.

Voltamos à nossa mesa e em seguida realizamos o nosso quase suicídio,que foi o de pegar o isqueiro,acender e lançar a famigerada bomba de mentira no meio do salão.E la se foi a bomba com o estopim aceso chiando que nem panela de pressão a rolar no meio do salão.

Minha gente,tinha um velho comendo uma espiga de milho verde cosido,que no principio tenho plena convicção de que a vi em sua boca,mas,naquele momento ela se encontrava entalada na garganta do velho e o próprio buscando todos os ares existentes no salão para a sua devida respiração.

Dona Margarida,benzedeira do lugar muita gorda,ao tentar correr deu uma barrigada em uma criança que estava a sua frente que somente vi o seu deslocar voando por cima do balcão de atendimentos do bar.

Uma turma de moças de vestidos rendados que estavam dançando quadrilha ao tentar correr,foram fazendo um amontoado de pessoas que nem fogueira da própria festa.O prefeito que foi abrilhantar aquela festa com a sua presença ilustre, ao tentar correr com a sua digníssima esposa,tropeçou em uma cadeira que estava caída no meio do salão e foi dar de cara no chão debaixo da saia da mulher do juiz de paz que se encontrava também naquele momento no referido salão de festas.

Havia um Senhor de cadeira de rodas,que no princípio eu tinha plena convicção e certeza de que a mesma não era motorizada,mas,naquele exato momento as minhas certezas escorreram por água abaixo devido a velocidade em que o Sr.passou pela porta de saída não menos que sessenta por hora.

Dona Sebastiana,fazendeira conhecida da região,naquele exato momento em que deglutia um bolo de fubá, levara um empurrão de um jovem que os seus restos mastigáveis foram parar na cara do vereador Miltão que usava um daqueles óculos de fundo de garrafa,que no momento sai as tontas sem saber a que rumo tomava.

Tinha um velhinha no canto do salão agachadinha com as mãos no ouvido e os olhinhos fechadinhos esperando o espocar da bomba,que nem notou que em baixo de sua saia escorria um liquido amarelo de nome urina.

O Dr. Delegado,o mesmo em que eu tomei a sua namorada,que posteriormente um dia eu conto esta façanha,levou um safanão que foi dar de cara dentro de um recipiente cheio de quentão onde o mesmo lhe entrou pelas ventas,o qual tentava respirar mas não conseguia devido o seu sufocamento.Alem do cheiro forte e o gosto do gengibre do dito cujo produto que inalava ventas a dentro.

Bom para encurtar esta história,alguém havia visto os algozes que planejou este belo plano diabólico.

Ficamos uma noite toda hospedados no recinto que hoje se denomina Cadeia.Fomos expulsos e banidos pela gente daquela cidade,e o mais triste, com um desprezo total daquela gente.

E ate hoje, tanto eu, como o meu tio Dr.Dentadura não entendemos o porque de tanto desprezo e raiva daquela gente ordeira.