Afoita, eu?
Eu estava esperando um telefonema especial. Então, quando o telefone tocou, fui logo atendendo alegremente:
-- Oi, Chuchuzinho, boa tarde!
Do outro lado, aquela voz empostada e treinada pra parecer muito íntima e natural, responde:
-- Boa tarrrrrde! É a Senhora Maria Iaci, do endereço tal e tal, Brasília, DF? -- no fundo havia aquele bramido de sala de telemarquetingue.
-- S-si-iiimmm...? -- definitivamente, aquela não era a voz esperada, nem com disfarce! E pega de surpresa, fiquei desconcertada...
-- Aqui é Fulano de Tal da GVT e estamos fazendo uma promoç-
-- Olha aqui, Seu Fulano, -- tendo me recuperado do desconcerto, fui logo cortando -- se fosse o Chuchu eu teria tempo pra conversar, mas com você eu não tenho, não, viu? Muito obrigada e passe bem. -- click.
Alguns minutos depois, o telefone tocou novamente. Pensando que era o Fulano da GVT de novo, já atendi meio secarrona:
-- Eu já disse que não tenho tempo agora, por favor! -- e já ia desligando de novo, quando ouvi a doce voz que estava esperando:
-- Ô, Chuzinha, não desliga não, sou eu, o Chuchu!
Dois micos em seguida são mais do que suficientes pra dizer que, primeiro, o excesso de tarefas anda me estressando; segundo, o estresse está me deixando afoita; terceiro, a afoiteza só me leva a pagar um mico atrás do outro...
Obs.: Os apelidos desta piada verídica foram trocados para proteger a identidade ridícula real dos personagens.