Maitê em Portugal - As Aventuras de Madamme Proença (4ºCapítulo)

Maitê em Portugal

4º Capítulo

Grandes embaraços

Depois do almoço e ainda sentados à mesa, Maitê e o seu assistente mantêm-se em silêncio, embora Maitê não tire os olhos de cima dele.

Edmilson:

Ó dona Maitê, eu tenho alguma coisa desfilando no meu rosto?

Maitê:

O quê? Como assim?

Edmilson:

Ah, dona Maitê, eu bem vi que não tirava os olhos de cima de mim…

Maitê:

Cala a boca Edmilson, estou achando você muito atrevido hoje.

Edmilson

Me desculpe. (Pausa)

Mas é que estava mesmo me fixando nos seus olhos…

Maitê:

Ora Edmilson, vou ter que tomar algumas medidas bem dolorosas para você, seu atrevido. E vai ser logo que a gente chegar lá da conferência.

Edmilson:

Me perdoe dona Maitê…

Maitê:

Não peça perdão se não sabe o que vai lhe acontecer…

Agora vai se preparar que temos que ir embora.

Edmilson:

Mas já? Não é cedo ainda?

Maitê:

Faz o que eu mando Edmilson, eu hein!

Vamos cedo que eu quero chegar umas duas horas antes por causa de não encontrar lá nenhum português me aguardando.

Maitê e o seu assistente preparam-se…

À saída do hotel, cruzam-se com a camareira.

Camareira:

Olá Edmilson, estás a gostar de estar neste hotel?

Maitê:

Sim, ele está a gostar muito, nós estamos com pressa. Com licença.

Camareira:

(Sozinha)

Que mulher irritante…

À chegada ao hotel onde é previsto decorrer a conferência, Maitê repara que já existem algumas pessoas esperando por si.

Maitê:

Ai meu Deus Edmilson, isto já está infestado de portugueses… e agora?

Motorista:

Minha senhora, eu também sou português.

Maitê:

Ah, é verdade. Edmilson, você podia me ter avisado…

Me desculpe senhor motorista, fique com o troco, com licença…

Edmilson:

E agora dona Maitê? Eles estão dizendo para você sair deste país…

Maitê:

Ai meu Deus, vão me apedrejar…

Edmilson, me protege, me abraça Edmilson, ai Edmilson, você é a minha salvação…

Maitê pendura-se no seu assistente, deixando-o embaraçado… e ao mesmo tempo excitado.

Edmilson:

Ai dona Maitê, eu sabia que você queria tanto como eu, mas aqui?

Maitê:

Edmilson?!?!

Se não estivessem pessoas olhando, eu te dava um tapa…

Logo o seu castigo vai ser pior ainda.

Vá, agora me acompanha…

Os dois avançam para o hotel, mas são impedidos por pessoas exaltadas.

- Vá cuspir no tecto da sua casa.

- Vá lamber os pés ao Cristo-Rei.

É então que uma jovem rapariga vestida e maquilhada de preto se aproxima dela e diz:

- Estás a gostar da estadia por cá?

Maitê:

(Murmurando)

Esta está parecendo a maldita da camareira…

(Para a rapariga, falando muito sorridente)

Sim, estou adorando, obrigado…

- Ai estás ‘adorando’?

E já foste saber mais sobre a história de Portugal?

Maitê:

Ah, eu admiro os portugueses, e a história de Portugal é bonita mesmo.

Sabe…

- Ai sei, sei… Sente-se muito portuguesa e tudo mais, e os brasileiros brincam com tudo e mais alguma coisa… mas há uma coisa que eu não percebo… sabes o que é Maitêzinha, como é que é possível teres um avô que é galo e seres uma perua?

Naquele momento todos riram em tom elevado, e Maitê estava a sentir-se humilhada.

Maitê:

Edmilson, onde estão os seguranças que eu contratei?

Edmilson:

Dona Maitê, não se esqueça que você veio duas horas mais cedo pensando que não ia estar ninguém.

Maitê:

E eu sabia lá que em Portugal se acampa em frente dos hotéis…

Finalmente Maitê, com a ajuda de Edmilson, consegue entrar no hotel.

Fim do 4º Capítulo

Lacrima D'Oro

Lacrima Doro
Enviado por Lacrima Doro em 06/11/2009
Reeditado em 06/11/2009
Código do texto: T1908384
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