Viver na Amazônia
Do meu correspondente de Teresópolis Alexandre Boechat
Cansado da agitação da vida urbana, Celso larga o emprego, compra um pedaço de terra no Amazonas e se muda para lá.
Ele vê o carteiro uma vez por semana e vai à mercearia uma vez por mês.
No mais, é paz e tranquilidade.
Seis meses depois, em dezembro, alguém bate na porta.
Celso abre e vê um enorme homem negro barbudo de 1,90, mal encarado com um facão na mão e 3 oitão na cintura que diz:
- Meu nome é Chicão, seu vizinho, 7 léguas daqui. Festa de Natal lá em casa, sexta-feira. Começa às cinco.
Celso se entusiasma:
- Ótimo, depois de seis meses por aqui, na solidão, nada melhor que isso. Muito obrigado, vou sim.
Chicão começa a ir embora, pára e diz:
- Seguinte: vai rolar bebida...
- Sem problema. Eu topo.
Novamente Chicão começa a ir embora, mas pára e diz:
- Olha, também pode ter briga...
- Sem problema, eu me dou bem nesses lugares. Mais uma vez obrigado.
Chicão continua:
- E pode ter sexo meio selvagem...
- Também não é problema. Eu estou aqui faz 6 meses. Mais um motivo para ir. E, aproveitando, me diz uma coisa: qual é o traje?
Chicão: - Cê que sabe.. É só nós dois mesmo...