CONFUNDIR É UMA COISA...
CONFUNDIR É UMA COISA...
Estavam gravando cenas do filme bróder na rua da minha casa.
Eu fiquei emocionada. Desde que eu assisti o filme “O tempo não pára” que sou louca para conhecer pessoalmente o ator que fez Cazuza ( sou fã numero um dele) e agora ele estava ali, pertinho de mim...Era muita emoção. (Um moleque falou que era ele quem estava gravando)
Nunca fui muito tiete a ponto de sair às ruas e ficar lá gritando e atrapalhando as gravações como aqueles vizinhos meus sem se mancol que passam o dia com papelzinho na mão gritando e pedindo autógrafo. Aliás, eu também trabalho no ramo, com teatro. E apesar do respeito que tenho por quem gosta da gente e do nosso trabalho, nunca entendi o por que da adoração e do autografo.
Mas tudo bem, cada um cada um.
Eu queria falar com o ator mas como fazer isso sem atrapalhar as gravações?
Fiquei sabendo que a equipe todas as tardes paravam para um lanche que uma empresa levava.
Então tive a grande idéia.
Mandei um moleque com um bilhete falando que dispensassem o lanche no dia seguinte que o Grupo Vital, ( Usei o nome do meu Grupo de Teatro para ser um convite mais interessante) que o Grupo Vital estava convidando toda equipe para o lanche da tarde e para falarmos um pouco sobre teatro e cinema.
Eles mandaram falar que seria um prazer pois também estavam curiosos para nos conhecerem. É que o pessoal do bairro já havia falado que tinha um grupo de teatro ali e que eles também queriam nos conhecer.
Fiquei toda feliz e comecei a decorar a casa para receber o pessoal, mas principalmente o ator principal que tinha feito Cazuza no cinema e me levou as lagrimas. Nunca tinha visto uma transformação daquelas. O cara era o Cazuza!
Peguei tudo o que tenho sobre Cazuza em casa e coloquei como uma exposição do meu querido e inesquecível ídolo.
Discos de vinil, pôsteres, livros, fotos com ele, e inclusive um livro autografado por Lucinha Araújo, mãe de Cazuza (Esse autografo sim, era de grande importância. Não desmerecendo os outros, mas sempre admirei Lucinha pela força que ela deu ao meu querido)
Essa noite eu nem consegui dormir, era muita adrenalina.
Na manhã seguinte levantei, e fui preparar muitos bolos, tortas, frutas, afinal do jeito que trabalham, deveriam sentir muita fome.
Me arrumei, o pessoal do teatro começou a chegar e eu exigindo muita disciplina e educação...(Coisa rara nos Vitalinos rsss) pedi que tirassem muitas fotos enquanto eu falava com o ator e filmassem tudo.
Eu estava ao ponto de desmaiar. Quando a campainha tocou. Eram eles e finalmente eu iria dar um abraço no sósia do Cazuza.
Quando ele adentrou minha casa. Eu pendurei em seu pescoço. Chorei, elogiei seu trabalho, beijei e falei que ele estava nesse momento fazendo eu muito feliz. Que eu finalmente iria matar a saudades do Cazuza. Ele disse é Beth seu nome né? Notei então um silencio da equipe. Mas eu estava tão empolgada que nem liguei e mandei que todos ficasse a vontade e puxei o Daniel Oliveira comigo e comecei a mostrar as coisas de Cazuza.
Eu hora chorava, hora beijava o ator.
E todos muito silenciosos até mesmo ele.
De repente ele disse. Nossa Beth, estou emocionado com todo esse carinho mas... pena que não é para mim...
Falei como assim?
Ele respondeu...” é que quem fez o cazuza, foi o Daniel Oliveira. E eu sou ...Caio Blat.
Meu Pai do céu... só ai percebi a gafe. Era o Caio mesmo... também admiro demais só que...
Cadê aquele moleque filho de uma puta que falou que era o Daniel quem estava filmando?
Nisso a gente só viu o peste sair correndo não sem antes encher bem as mãos com as guloseimas.
Sai correndo atrás dele, Caio me brecou. E falou.
Eu adorei te conhecer. Lamento só que parece que ficou muito decepcionada...
Eu toda vermelha de vergonha disse que não era isso. Que admiro muito o trabalho dele também. Os Vitalinos ensaiaram dar risada, mas quando olharam para mim...Desistiram.
A tarde foi maravilhosa, mas nunca mais vou esquecer. Confundir-se, tudo bem...mas persistir... que mico gente, que mico.
PS: O MOLEQUE ATÉ HOJE QUANDO ME VÊ, CORRE... ACHO BOM.