Uma traducêichon do adonirês pro ingrêis
Há muitos anos, num churrasco em que compareceu um inglês, amigo do pai de um dos meus amigos presentes e que, cansado de nos ouvir chacatungar os indefectíveis rocks no violão, nos pediu pra tocarmos e cantarmos uma típica música brasileira... nós, numa irresistível molecagem, mandamos essa, com pronunciêichon e tudo:
Trein das eléven*
Ai quenóti istêi ria
enimór a mêneti uídiúúú
Ai fiu mãtchi, lóvi
bãti quentchubiííí
Ai lívi in Jaçanã
Ifai lúsi dis trein
Qui gou agora éti ônzi oclóqui
ônli tchumórou in de môrningui
I além díssu, uúmã
révi anóder tíngui
mai móder dônti islípi
enquanto ai dônti cããããmmm
Ai emm di ônli san
Ai révi mai ráusi for tchu lúqui
Ai quenóti istêi ria...
Quando terminamos, o coitado do inglês perguntou em que língua nós estávamos cantando... Aí a gente explicou a brincadeira e, em seguida, cantou a versão original.
E essa traducêichon virou hit nas reuniões violeiras da rapaziada.
As palavras não "traduzidas" são pra garantir a métrica da letra na melodia. E os erros do ingrêis são avacalhêichon pura.
Adoniran teria perdoado alegremente essa nossa molecagem, não tenho dúvida.
:)
* Trem das onze
(Adoniran Barbosa)
Não posso ficar
nem mais um minuto com você.
Sinto muito, amor,
mas não pode ser.
Moro em Jaçanã.
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas,
só amanhã de manhã.
E além disso, mulher,
tem outra coisa,
minha mãe não dorme
enquanto eu não chegar.
Sou filho único.
Tenho minha casa pra olhar.
Eu não posso ficar...