PRÉ SAL
Já era bem tarde, quase meia noite, mas no dia seguinte teria que levantar cedo, tinha reunião logo às 7 da manhã, o negócio seria pegar a estrada aquela hora mesmo. Eu estava em Petrópolis, para quem não conhece, é uma pequena e linda cidade serrana do Rio de Janeiro. Na volta para o Rio a gente encara uma longa descida cheia de curvas perigosas e ribanceiras de “metros” de altura, a coisa é séria mesmo, e perigosa. O tempo estava bem frio e havia muito nevoeiro, mas sai assim mesmo. Logo ao chegar a descida, no primeiro túnel, já não enxergava mais nada, um palmo diante do nariz, passei pelo túnel e resolvi parar num recuo a direita. Passavam pouquíssimos carros, todos numa velocidade diminuta, vi que aquela situação iria perdurar e já estava preocupado com o fato de está parado, sozinho, àquela hora em local totalmente desprotegido. O negócio era esperar passar um ônibus e segui-lo, suas luzes traseiras me guiariam até o final da descida quando já não haveria mais o problema do nevoeiro. Liguei o carro, encostei mais na entrada da estrada e aguardei. Só vi os faróis e uma indicação que não deu para ler o destino do ônibus, mas era um ônibus e estava descendo, isso era o que me importava, lá embaixo seguiria meu rumo. Não pensei duas vezes, deixei-o passar e fui seguindo a certa distância, de fato só enxerga as luzes traseiras, mas já eram suficientes. As curvas não terminavam, às vezes encontrava trechos de subida também. Já fazia bem uma hora e meia que viajava naquela situação, mas íamos bem devagar, pois na normalidade, já teria terminado aquele trecho de descida há mais de meia hora, a descida não era tão longa assim. Finalmente o ônibus ligou o pisca da direita, indicando que iria sair da estrada, o nevoeiro ainda era forte, me sentia cansado diante do estresse de seguir aquele ônibus, não entendi o motivo da entrada, seria algum passageiro querendo descer naquele ponto da estrada? Bem, resolvi entrar junto com o ônibus, diante do nevoeiro ainda existente seria o melhor a fazer. De repente uma grande porteira, o ônibus passa e um homem forte parado ao lado dela faz sinal para eu parar.
- O senhor tem reserva?
-Reserva?
-Sim, reserva para o Hotel?
-Que hotel? Onde estou?
- “Hotel fazenda Serra do Céu”.
- É que eu vim seguindo aquele ônibus...
-Ah! O senhor é da Petrobrás, esta com o grupo de estudo, o senhor pode passar, boa noite, seja bem vindo.
- P. Q. P. o ônibus era de excursão.
Ainda tinham vaga, perdi a reunião, mas fiquei sabendo tudo de petróleo. Nunca mais viajo a noite na descida de Petrópolis e com nevoeiro.
Já era bem tarde, quase meia noite, mas no dia seguinte teria que levantar cedo, tinha reunião logo às 7 da manhã, o negócio seria pegar a estrada aquela hora mesmo. Eu estava em Petrópolis, para quem não conhece, é uma pequena e linda cidade serrana do Rio de Janeiro. Na volta para o Rio a gente encara uma longa descida cheia de curvas perigosas e ribanceiras de “metros” de altura, a coisa é séria mesmo, e perigosa. O tempo estava bem frio e havia muito nevoeiro, mas sai assim mesmo. Logo ao chegar a descida, no primeiro túnel, já não enxergava mais nada, um palmo diante do nariz, passei pelo túnel e resolvi parar num recuo a direita. Passavam pouquíssimos carros, todos numa velocidade diminuta, vi que aquela situação iria perdurar e já estava preocupado com o fato de está parado, sozinho, àquela hora em local totalmente desprotegido. O negócio era esperar passar um ônibus e segui-lo, suas luzes traseiras me guiariam até o final da descida quando já não haveria mais o problema do nevoeiro. Liguei o carro, encostei mais na entrada da estrada e aguardei. Só vi os faróis e uma indicação que não deu para ler o destino do ônibus, mas era um ônibus e estava descendo, isso era o que me importava, lá embaixo seguiria meu rumo. Não pensei duas vezes, deixei-o passar e fui seguindo a certa distância, de fato só enxerga as luzes traseiras, mas já eram suficientes. As curvas não terminavam, às vezes encontrava trechos de subida também. Já fazia bem uma hora e meia que viajava naquela situação, mas íamos bem devagar, pois na normalidade, já teria terminado aquele trecho de descida há mais de meia hora, a descida não era tão longa assim. Finalmente o ônibus ligou o pisca da direita, indicando que iria sair da estrada, o nevoeiro ainda era forte, me sentia cansado diante do estresse de seguir aquele ônibus, não entendi o motivo da entrada, seria algum passageiro querendo descer naquele ponto da estrada? Bem, resolvi entrar junto com o ônibus, diante do nevoeiro ainda existente seria o melhor a fazer. De repente uma grande porteira, o ônibus passa e um homem forte parado ao lado dela faz sinal para eu parar.
- O senhor tem reserva?
-Reserva?
-Sim, reserva para o Hotel?
-Que hotel? Onde estou?
- “Hotel fazenda Serra do Céu”.
- É que eu vim seguindo aquele ônibus...
-Ah! O senhor é da Petrobrás, esta com o grupo de estudo, o senhor pode passar, boa noite, seja bem vindo.
- P. Q. P. o ônibus era de excursão.
Ainda tinham vaga, perdi a reunião, mas fiquei sabendo tudo de petróleo. Nunca mais viajo a noite na descida de Petrópolis e com nevoeiro.