CACHAÇA NOS VÉIUS

Samanta adorava seus avós.

Toda tarde ela esperava ansiosa para as brincadeiras.

Ela tem cinco anos mas nem ela consegue tanta energia quanto os avós

Vovô Paulo com setenta e seis anos e vovó Albertina setenta e um, eram pura energia.

Ligavam a vitrola todas às tardes, e dançavam por horas.

Brincavam de esconde-esconde com Samanta, faziam teatro de bonecos e fora ás várias historias contadas ao longo do dia.

Samanta morava com os avós desde que perdera seus pais em um acidente de carro aos dois anos. Não lembra deles mas é como se eles jamais tivessem partido. Os avós contam todos os dias causos dos pais quando começaram a namorar.

Samanta tem vários amiguinhos, mas a preferida é a Gabriela que coincidentemente, também mora com os avós. Os pais de Gabi não morreram, eles foram trabalhar na cidade grande e Gabi ficou com os avós.

As vezes Gabi vai até a casa de Samanta e fica pensando por que seus avós não eram assim tão legais quanto os de Samanta.

Uma tarde os avós de Samanta pediram a ela para chamar os amiguinhos que iriam fazer uma festinha. Samanta falou que não era aniversario de ninguém, nem páscoa, natal, São João ...

Os avós disseram que ninguém precisa ter datas para festejar, que bastava estar vivos e fortes esse já era um grande motivo.

Feliz da vida lá se foi Samanta nos sítios vizinhos convidar todos amiguinhos.

A tarde as crianças começaram a chegar. Vovô Paulo havia enfeitado todo sitio com bandeirolas e a vovó Albertina arrumava a mesa com seus doces e quitutes deliciosos.

As crianças começaram então perguntarem a Samanta por que os avós dela eram tão diferentes dos deles. Uns falavam que seus pais eram bem mais novos que os avós dela e mesmo assim só trabalhavam e não brincavam com eles.

Samanta toda orgulhosa disse que achava que era um remédio que os avós sempre tomavam todas as tardes.

Era só eles tomarem que logo a farra começava

As crianças ficaram curiosas e pediram para Samanta que desse um pouco do remédio para levarem aos seus avós e pais, quem sabe assim eles ficariam felizes como os avós dela.

Samanta disse que daria sim, afinal tinha um monte de garrafões na dispensa

A festa seguiu maravilhosa e no final cada um amiguinho saiu com suas garrafinhas daquele mágico elixir.

Na manhã seguinte. Samanta foi de carroça fazer compras na cidade vizinha com seus avós.

Ela adorava passear de carroça e os avós iam cantarolando velhas canções.

No caminho encontraram Gabi brincando de amarelinha e adivinhem com quem com seu avô. Mas na frente Ritinha com sua mãe de pular cordas. O pai de Pedro de esconde- esconde e assim foi. Todos estavam felizes Samanta pensou.

Que legal, o remédio sarou eles e meus amiguinhos estão felizes finalmente.

A tarde de volta ao sitio, Samanta foi tomar banho.

Vovô Paulo foi até a dispensa buscar outra garrafada e qual não foi a surpresa quando restavam pouquíssimas garrafas.

Ele gritou para vovó Albertina. MINHA VÉIA, VOCE MUDOU AS CACHAÇA DE LUGAR FOI?

DO BANHEIRO SAMANTA RESPONDEU: VOVÔOOOOO É CACHAÇA QUE CHAMA AQUELE REMÉDIO É? EU DEI PARA MEUS AMIGUINHOS DAR AOS PAIS E AVÓS DELES. VOCE VIU QUANDO SAIMOS? TODO MUNDO SAROU.

ATÉ O SENHOR SALUSTRIANO, O VOVÔ DA MARGARIDA, AQUELE QUE NÃO TEM DENTE TAVA DANÇANDO NA VARANDA COM ELA VOCÊ VIU?

ELISABETHDOVITAL
Enviado por ELISABETHDOVITAL em 20/09/2009
Reeditado em 28/09/2009
Código do texto: T1820684
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.