GAFE POUCA? COMIGO É BOBAGEM!

Longe de mim a ideia de me achar sem educação ou consideração.

Mas não sei se é stress, ultimamente não ando dando muito conta dos compromissos sociais. Confesso que tem vez que ando mesmo é muito atrapalhada.

A cidade de Sampa é muito estafante, e sei que tenho um álibi em virtude de tanta correria, esta que me faz esquecer as chaves a toda hora, a quase parar o carro por falta de gasolina, a de distraidamente entrar pela contramão e perguntar ao guarda "qual o problema?", a de esquecer de colocar o cinto de segurança, a de procurar os óculos que estão nas mãos, bem , acho que acontece com todo mundo, não?

E nessa semana que se vai, fui convidada para uma pré-inauguração duma casa aqui de São Paulo, na verdade uma rede dum restaurantes genuinamente londrinos especializados em comida chinesa e tailandesa e que chegou ao Brasil em apenas algumas de nossas capitais.

Trata-se da rede "PING PONG" e de fato vale conhecer. Pratos deliciosos, inéditos, e um sorvete de gengibre com canela...inesquecível.

Era um dia de semana daqueles que trabalhei ao menos dez horas, e duma noite de trânsito infernal. Pensei um pouco, criei coragem e fui.

A pessoa que me convidou, muito simpática, relacionada ao Marcketing da casa eu a havia visto por umas duas vezes, de modo que não me era assim do meu contato social frequente. Pegou meu nome completo para o "receive sivu plair", e também para que constasse na lista dos convidados, logo na entrada da casa.

Enfrentei quase uma hora e meia de trânsito, não conhecia bem o lugar e esqueci duas "coisitas" fundamentais: o convite e meus óculos. Sem o segundo eu não existo mais, e quanto ao primeiro, bem, é mais que fundamental saber o endereço donde se vai aqui por Sampa.

Mas eu cheguei lá.

Um ambiente super aconchegante, bonito, elegante, agradável.

E aquelas boas vindas de sempre.

" Boa noite, por favor o seu nome e o de quem a convidou".

Gente do céu, me deu um branco! Não do meu nome, claro!" "E agora, quem que me convidou mesmo?"-pensei.

A minha sorte foi que antes que percebessem meu lapso, a pessoa apareceu...e tudo se resolveu. Respirei aliviada.Afinal, que pessoa mais displicente seria eu... que recebe um convite e não sabe de quem?

Aí chegou o cardápio.E cadê meus óculos? Claro , tinha trocado de bolsa. Essas mulheres...e suas bolsas!

Gente que sufoco. Letras tão, mas tão minúsculas , aliás minha única queixa daquele espaço. Tá certo, eu sei, foram meus olhos que encolheram, concordo.

Percebi que o cardápio era um pouco diferente, talvez complexo demais, letras rebuscadas quem sabe, e naquele espaço escurecido a meia luz...estava difícil pra mim.

Comecei a manuseá-lo, quando ouço do garçon, um menino super atencioso, a máxima da noite: " Oi, espera um pouquinho que vou lhe trazer o cardápio em português ou inglês. Qual você prefere? Esse aí é em japonês!"

E eu num lance super rápido eu lhe respondi:

" E quem te falou que não leio em Japonês?"

Super verídico...