Paródias by Shu – Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
A paródia: Exílio Tecnológico
Minha terra tem palm-tops,
Fibra ótica e wireless sábia.
As aves que cantam no Youtube,
Se alimentam de Internet rápida.
Minha terra tem downloads,
(às vezes, não sei baixar!)
Em clicar – sozinho, à noite-
Um prazer encontro em chats;
Minha terra tem pal-tops,
Fibra ótica e wireless sábia.
Não permita Deus que eu sofra,
Com toda essa tecnologia louca,
Se o PC trava , ilhado, eu peço auxílio
E sinto na pele a "Canção" do Exílio.
(Maria Fernandes Shu)
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A paródia é a recriação de um texto, geralmente célebre, conhecido, uma reescritura de caráter contestador, irônico, zombeteiro, crítico, satírico, humorístico, jocoso.Constrói, assim, um percurso de desvio em relação ao texto parodiado, numa espécie de insubordinação crítica, cômica.