OS JAPONESES NÃO SÃO CONFIÁVEIS!
da série
MITOS SOBRE O JAPÃO
NOTA DO AUTOR:
1. Este texto contém relatos de canibalismo, racismo e alta traição. Se você tiver estômago sensível, não leia!!!
2. Se quiser prosseguir na leitura, para uma melhor compreensão do texto penso que, preliminarmente, você deve conhecer alguns fatos históricos reais, a saber:
2.1. O Japão era aliado da Alemanha nazista na 2a. Grande Guerra e muitos observadores militares japoneses foram enviados para o teatro de operações na Itália, onde seus aliados alemães combatiam, para conhecer as estratégias de guerra dos Aliados.
2.2. Paralelamente, muitos nisseis (filhos de imigrantes japoneses) nascidos nos EUA e no Brasil, foram convocados para servir na Itália durante a 2a. Guerra Mundial, como soldados. Enquanto isso, seus pais eram confinados em campos de concentração.
Sargento Momu (em pé, à direita), nissei do corpo de intérpretes do
Exército Americano, interrogando um prisioneiro japonês (sentado, à esq.)
2.3. Ao contrário da FEB, cujos batalhões eram mistos (formados por negros, mulatos, índios, mamelucos, cafusos, japas e brancos), no exército americano haviam batalhões étnicos, ou seja, uns só formados por negros e outros só por "japas"; comandados por oficiais brancos, é claro!
O autor com o soldado Kodama, veterano da FEB - Fôrça
Expedicionária Brasileira
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A HISTÓRIA...
Dois jovens descendentes de japoneses, um nascido no Brasil e o outro nos Estados Unidos, se encontraram na Itália em 1944, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, à serviço de suas respectivas pátrias como soldados. Vez e outra, se cruzavam nas batalhas conjuntas que os aliados travavam contra os alemães. O "japa brasileiro" se chamava Kossawa Ussaku, apelidado carinhosamente de Jãoponês pelos seus compatriotas de farda. O "japa norte-americano" se chamava Assataro Uomi, ou The Man (U ómi, em português...).
Como os dois dominavam uma língua comum (a língua japonesa) e gostavam das mesmas músicas e comidas (músicas e comidas japonesas, é óbvio!), houve uma aproximação natural entre os dois durante a convivência na Itália em guerra. Numa das folgas, Jãoponês perguntou ao seu amigo "japo-americano":
-Seus pais vivem em qual estado americano?
-Ah, meus pais agora estão vivendo em Crystal City, no Texas, num belo e amplo campo de concentração... Eles estão muito bem! Vivem com outros 20.000 imigrantes japoneses em uma enorme fazenda cercada de arame farpado com 5 metros de altura. É muito seguro, lá, viu? Os bandidos não conseguem entrar e, além do mais, se tentassem teriam que enfrentar os soldados americanos que ali estão de guarda, armados até os dentes! Todos podem dormir com as janelas abertas e curtir a brisa do deserto... - respondeu Assataro.
Campo de concentração para japoneses nos EUA, em 1945
-Ah... - replica Jãoponês.
-E os seus pais no Brasil? - pergunta curioso Assataro.
-Eles vivem num campo de reeducação no Estado do Pará. Sabe, o Brasil é um país sem bandidagem. Mesmo assim, para proteger seus imigrantes japoneses, o governo brasileiro instalou cercas elétricas de 2 metros de altura... Meus pais, assim como os seus, também vivem sossegados! - Finaliza Jãoponês.
Os meses foram passando e numa das batalhas contra os alemães, Jãoponês foi ferido. Assataro foi, então, visitá-lo no hospital de campanha, que era comum a todos os soldados aliados feridos (franceses, poloneses, americanos, ingleses, brasileiros etc).
-Bom dia, Jãoponês! - disse alegremente Assataro (em lingua japonesa, é claro!)
-Oi, meu amigo gringo Assataro... Puxa, obrigado pela visita... - respondeu Jãoponês (também em japonês).
-Tenho uma surpresa boa prá você, meu amigo patrício! (???). Vou fazer sashimi (peixe crú fatiado) com estes peixes que eu mesmo pesquei lá no rio... - Replicou Assataro, enquanto sacava de uma faca enorme para poder fatiar os peixes e dar de comer ao seu amigo ferido. Nesse instante, um soldado inglês que estava sedado na cama, após operação para amputação de seu braço estraçalhado por uma explosão, acorda e percebe, com os olhos esbugalhados, que estava sem o braço direito. Ao ver Assataro ao lado de sua cama falando em japonês e colocando filés de peixe num prato com a mão banhada de sangue (dos peixes, é claro!), o soldado inglês grita:
-Ahhhhhhhhhh, esse japonês safado cortou o meu braço prá comeeeeer!!!
Dito isto, sofreu uma parada cardíaca fulminante e morreu. Assataro e Jãoponês se entreolharam confusos e o primeiro disse:
- Bem que meus superiores (americanos brancos) falaram que os ingleses são esquisitos...
Fizeram, então, o sinal da cruz (ambos eram cristãos) e se puseram a comer, em silêncio, o peixe crú fresco recém-fatiado...
Prato de sashimi (peixe crú)
Instantes depois, um enfermeiro americano branco que já sabia que no contingente aliado tinha soldados nisseis (filhos de japoneses) faz, com os dedos, o sinal característico de OK para o Jãoponês, como quem dissesse "Você já está bem melhor, aliado brasileiro... Que bom, estou contente!" Mas, coitado, o enfermeiro não sabia que, no Brasil, esse sinal significava "Vá tomar no c...". Jãoponês, ofendido, parte com a faca prá cima do enfermeiro. Não fosse a pronta intervenção do "japa-americano" Assataro, o enfermeiro teria sido também fatiado.
Sinal de OK
Após receber alta, Jãoponês foi designado para fazer patrulhamento noturno num morro recém-conquistado aos inimigos alemães. Seu grupo se adiantou um pouco pois Jãoponês diminuíra o ritmo para fazer xixi.
Patrulha de soldados brasileiros na Itália (foto real)
Como perdera contato visual com os seus companheiros, Jãoponês resolveu, então, sentar ao lado de uma trincheira para fumar um cigarrinho e tirar o capacete prá melhor relaxar. Alguns minutos depois ouviu alguém falando baixinho:
- Psiu! Psiu! Continue sentado e quieto porque tá cheio de soldados aliados neste morro... Há alguns minutos passaram uns oito brasileiros! Cara, estou nesta trincheira fazem mais de dois dias, sem água nem comida... Eu desmaiei com a explosão de uma granada e, quando acordei, vi que estava sozinho... - disse um soldado alemão (em alemão, é óbvio!), pensando que Jãoponês fosse um soldado japonês, membro de algum grupo de resgate...
Jãoponês, que não entendera nada daquilo que o alemão dissera (é óbvio!), pensou, por sua vez, que ele fosse um soldado aliado - um inglês, americano, polonês ou francês de uma outra patrulha - fazendo suas necessidades fisiológicas no escuro da trincheira. O alemão, vendo Jãoponês fumando, pede um cigarro fazendo gestos, no que foi prontamente atendido. E ficaram os dois ali quietos, fumando sossegadamente; Jãoponês achando que o alemão era um branco aliado e o alemão achando que o pracinha brasileiro era um soldado japonês que se integrara ao grupo de resgate nazista.
- Puta merda! Se eu pego um alemão hoje eu faço dele picadinho!!! - Resmungou Jãoponês (em português...).
- O japonês falado por esse cara tem um sotaque estranho, mas tudo bem... Os japoneses são fiéis aliados pois mandaram um dos seus junto com o grupo de resgate alemão... - pensou feliz o alemão.
E continuaram fumando...
Passado alguns minutos, Jãoponês se levanta. A claridade da lua deixa visível, então, o seu uniforme do exército brasileiro. O alemão que era bem loiro começa a ficar mais branco ainda...
-Você, japonês f.d.p., se vendeu aos Aliados!!! Traidor, safado! - esbravejou, revoltado, o soldado alemão.
Jãoponês, que não entendera nada do que o "amigo" falara, intuiu que o alemão estava bravo por não conseguir sair sozinho da trincheira enlameada e, num ato de cortesia, aponta o fuzil na direção do soldado alemão para que este, pegando pelo cano, pudesse subir mais facilmente pela parede lisa...
-Eu me rendo! Eu me rendo! - bradou, assustado, o alemão pensando que Jãoponês fosse alvejá-lo no peito. Na sequência, joga sua metralhadora para fora da trincheira e sai sem ajuda, ficando com as mãos para cima. Jãoponês nada estava entendendo... Nisso, seus colegas de patrulha, que já estavam retornando, viram a cena e correram para parabenizar Jãoponês pela captura heróica de um inimigo que, escondido na trincheira, poderia ter alvejado à todos com a sua metralhadora...
O soldado alemão capturado
Um mês depois Kossawa Ussaku, o pracinha "Jãoponês", foi condecorado por bravura pelo Alto-Comando Aliado.
Do campo de prisioneiros militares, o soldado alemão capturado escreveu para a espôsa:
"Amor, eu fui capturado traiçoeiramente por um japonês que se vendeu para os brasileiros. E, pior, quando eu estava sendo conduzido de jeep para esta prisão militar onde estou, vi na estrada um batalhão só de soldados japoneses que se passaram para o lado dos norte-americanos. E eles marchavam, orgulhosos, com seus uniformes do Exército dos EUA, cantando hinos militares em inglês! Pode uma aberração dessa???!!! Os japoneses não são confiáveis!!!!"
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