Qual foi exatamente o brado proferido às margens plácidas?
Há quase duas centenas de anos, um certo Imperador que viajava a cavalo com sua comitiva foi acometido de uma súbita e urgente dor de barriga.
Estando às margens plácidas de um certo ribeiro, apeou depressa, arriou os calções com mãos aflitas e, agachando-se com os joelhos trêmulos, aliviou-se entre profundos suspiros e sonoros flatos.
Nesse instante, percebeu que não tinha com que se limpar. Ordenou, então, ao seu intendente que providenciasse um rolo de papel higiênico. Mas, sendo este seu assessor meio lerdo nos reflexos, demorou mais do que o justo e necessário no cumprimento da tarefa.
Foi então que se ouviu um indignado brado retumbante:
-- ESTA INTENDÊNCIA É DE MORTE!!!
Sua comitiva, entretanto, com os ouvidos impregnados da poeira da estrada, ouviu outra coisa.
Foi assim que se fez a independência do Brasil.
E, tendo começado com um ato escatológico desta natureza, criou-se o hábito entre seus sucessivos mandantes. Entra presidente, sai presidente, entra ditador, sai ditador, volta presidente, sai presidente, todos fazem exatamente a mesma coisa.
Deve ser carma, vai saber...
(Este texto é uma homenagem a um querido e há muito falecido tio)