ORGULHO DE MACHO!
Certo industrial estava louco para levar aquela operária para a sua garçoniére,no Meyer,lugar preparado,com gosto,para luxúria e prazer desenfreado;nada de motéis ou os horríveis hotéis de encontro de hoje,verdadeiros açougues,com suas camas desconfortáveis e lençóis de duvidosa higiene.
Com jeito,começou o cerco á praça forte;lançava-lhe olhares lânguidos,amaciava suas tarefas,comprava-lhe chocolates,tudo visando aquelas desejadas horas extras,evidentemente sem ponto assinado nem obrigações trabalhistas.
Resumo da ópera-depois de algumas semanas de “corte”,em que não faltou sorrisos,piscar de olhos e chopes,presentinhos e miradas cúmplices,a moça consentiu.
Para ela ,acostumada a amassos em lugares escuros com direito a sorvete depois,o matadouro do chefe era um desbunde,um deslumbramento irresistível,por isso,quando recebeu a proposta,não hesitou.Vestiu uma roupinha nova,caprichou no perfume,fez as unhas,arrumou o cabelo igualzinho como viu no cinema,calçou belas sandálias à la Carmem Miranda e atirou-se à aventura cheia de esperanças.
O patrão também estava febril e fremente,nesta idade,a emoção sempre supera a ereção,tinha tomado seu Viagra e partiu logo para os finalmente,que não era homem de preliminares,nem nos negócios,nem no amor.
Trancou a porta do elegante valhacouto,livrou-se da roupa,tendo o cuidado de estendê-la na cadeira-vai que a mulher cisma com a camisa amassada e,pior,com batom na gola.
A mocinha,toda pura e toda tímida,sentou-se na beirinha da cama,olhos baixos,mãos suadas,trêmula,nervosa,falou para ele:
-Dr.Àlvaro...
-Diga minha filha,falou com uma voz carinhosa.
_Só queria um favor do senhor...
-Fale,querida.Qualquer coisa...
-Só peço que o senhor não conte nosso encontro prá ninguém...
Dr.Álvaro parou por uns segundos,pasmo,mirando o chão.
Depois,lentamente,vestiu as calças,abotoou a braguilha e rematou:
-Então não quero.Contar é o melhor da festa...