O Sapo Malandro
Um Sapo Bigodudo ia em direção ao Pântano Central visitar um antigo conhecido que em tempos difíceis, ganhara até o apelido estranho de “Sapo Barbudo”, mas que no momento “estava numa boa”. Era o preferido da rataiada e ganhava a vida contando histórias e fazendo piadinhas sem graça, mas tinha muito prestígio e a Comunidade o sustentava “de um tudo”. O Sapo visitante há muito tempo também se dava bem, tinha um emprego público transitório que sempre dava um jeito de renovar, e se achava o Rei do Maranhão. Sujeito vaselina, cara de bonzinho, mas era abusado e sonso que nem o cão. Fazia o que queria com as coisas alheias e danem-se os otários. De repente caiu numa armadilha feita bem no meio do caminho, um buraco sem tamanho que estava coberto com uns galhos velhos. Foi cair e imediatamente começar a pular que nem doido, tentando alcançar a entrada do buraco. Logo a beirada do Poço ficou cheia de todo tipo de bicho, hienas, urubus, ratos, raposas, burros, veados, cobras e lagartos e a opinião foi unânime: “Desta vez a Casa caiu, você não vai conseguir sair dessa”.
E o Sapo veterano, “tô nem aí”. Continuou pulando até que passou por ali, um ajudante do tal conhecido Barbudo e o Sapo Bigodudo foi ligeiro: “Se ele não me livrar dessa, vou contar tudo pra Bruxa Marina”. Horas depois foi acionada uma "Tropa" e ele mais uma vez se deu bem. Retornou ao Cargo, na maior cara de Peroba e tá se mijando de rir de toda a bicharada. E na Floresta? Tudo é Festa.
Moral 1 - O Bigodudo é Persistente ou Surdo.
Moral 2 - Quem tem conhecido importante com o rabo preso, não fica no Buraco.