Buscando Vida

No dia 05 de julho, na linda cidade de Ilhéus - Bahia,

fui a uma clínica fazer a minha lombar fisioterapia.

Olhava com muita atenção os muitos clientes que por lá apareciam: mancos que cairam de escadas, de motos ou andaimes,

Inativos por trabalhos repetitivos e encurvados por várias razões.

Todos lá estavam em busca do mesmo fim.

Eu aproveitava o tempo para escutar as conversas que circulavam.

Eram muito interessantes as receitas que passavam uns para os

outros: benzeduras, simpatias, garrafadas, folhas de cansanção,sebo de carneiro e até banha de sapo!

Mas como se sabe, a fé cura! Não opinava, só ouvia.

A clínica era pequeníssima para atender à demanda.

90% dos que lá estavam eram atendidos pelo SUS.

Assim,"os conveniados" eram os primeiros a serem chamados.

Os que madrugavam, ficavam prá depois, lá prá tardezinha,

quiçá pro dia seguinte.

Coisas do nosso Brasil zil... zil... zillll.....

Um dia, sentou-se ao meu lado uma idosa, tão caladinha!

Resolvi puxar conversa: perguntei-lhe pala família, ela me

falou de uma filha desequilibrada que muito a perturbava.

Perguntei-lhe se tinha marido. "Tinha", mas estava distante,

ela não o via. Depois disse bem baixinho no meu ouvido:

"Queria ir ao banheiro"!

Pensei então: o que fazer?!

Mas, comovida com a "coitadinha",

resolvi apoiá-la até o lugar desejado.

Ela entrou e eu fiquei na pota esperando.

Logo mais, concluída a missão, voltamos aos nossos lugares.

Terminada a sessão, saímos da sacra fisioterapia.

Ela saiu primeiro, eu depois.

Olhei e a vi num "belo carrão" com o maridão de um lado,

a neta do outro. Cheguei perto, fui conferir a visão.

"Caí então na real"!

Saí de fininho, fui pegar o meu "buzu".

zaque
Enviado por zaque em 27/08/2009
Reeditado em 06/04/2010
Código do texto: T1777937