O pastor e o advogado> Autor: Damião Metamorfose.
Num lugar muito distante,
Um senhor muito pacato.
Leigo, mas muito sabido,
Um sábio pra ser exato.
Sem ambições e sem ganho,
Pastoreava um rebanho
De ovelhas, no “mei” do mato.
Um homem de fino trato,
Numa certa ocasião.
Encontrava-se perdido,
No meio do chapadão.
Em um veiculo a motor,
Parou ao ver o senhor,
Pra pedir informação.
Vendo descer do carrão,
Um homem muito alinhado.
O senhor se aproximou,
Pra atender seu chamado.
Veio pensando em ser útil,
Mas viu que além de fútil,
O homem era desbocado.
Como se fosse um criado,
O homem disse meu tio,
Se eu disser quantas ovelhas,
Prenhas, paridas ou no cio.
Enfim todo o seu rebanho,
Quero saber se eu ganho,
Um suculento e macio.
O senhor disse meu fio,
Se acaso tu acertar.
Pode escolher qualquer um,
Por no seu carro e levar.
E o homem de fino look,
Acessou um note book
E fez o mapa do lugar.
Pediu pra Nasa ajudar,
Quando a ajuda chegou.
Tudo que era ser vivo,
O satélite mapeou.
Logo acertou quantos tinha,
E o senhor sem ladainha,
Disse – parabéns... ganhou.
Escolheu um e pegou,
Quando ia dar partida.
O senhor disse um momento,
Permita a minha revida.
Se eu disser o que tu faz,
Tu deixas meu bicho em paz,
Aceita a contrapartida?
O homem cheio de vida,
Olhar sarcástico e gozado.
Com um aperto de mão,
Respondeu tá combinado.
E com muita exatidão,
O senhor disse, pois não,
Você é advogado.
Como? Ele um tanto assustado,
O senhor pode acertar?
Meu rapaz é muito simples,
Mas eu vou te explicar...
“Não pedi conselhos seu”.
E as resposta que me deu,
Eu sei sem pestanejar.
Veio pra me engabelar,
Chegou aqui dando esporro.
Pra dizer o que eu sabia,
Foi preciso de um socorro.
Sinto muito trambiqueiro,
Não conheces nem carneiro,
Solte logo o meu cachorro.