TIMIDEZ É A BOLA DA VEZ
"Olhava sempre para as costas do espelho."
"Nunca olhava nos olhos... Talvez fosse míope de alma."
"Nunca falava em público, mas era o maior cantor de banheiro."
"Gaguejava e tremiam-lhe as pernas. Discursos? Só por escrito."
"Tímido mesmo é aquele que mata a cobra mas não mostra o pau."
"Tímido é o indivíduo que sua frio. Seja em Mossoró ou em Valadares."
"Tímido é aquele sujeito que, ao contemplar a mulher dos seus sonhos, transforma-os em pesadelos na hora de se declarar."
"Tímido? Apenas na hora de sacar a carteira para pagar a conta do restaurante..."
"Tímido, mas só até o segundo drinque. Depois..."
"Tão tímido que se escondia de si mesmo."
"Por trás de toda aquele timidez, sabe-se lá quantos precipícios de sem-vergonhice ocultos..."
"Timidez é uma doença antônima da outra que se chama cara-de-pau."
"Alguns são tímidos. Outros, temidos."
"Transava só de luz apagada. Timidez? Não, economia."
(frases originais de José de Castro, inéditas)