PEQUENAS PÉROLAS PARA PENSAR (PARTE II DE MUITAS)
PEQUENAS PÉROLAS PARA PENSAR (PARTE II DE MUITAS)
(Autor: Antonio Brás Constante)
Quando se escreve, uma das ideias é se aproveitar dos eventos que surgem no ventre da sociedade, mergulhando em seu contexto para dele extrair a textura que nos servirá de texto. Abastar-se no bufe dos acontecimentos, reais ou imaginários, que jorram através dos noticiários. Nas águas das notícias em que nadamos é onde vamos pescando fatos que formam as asas para descrever a utopia de nosso cotidiano.
Irei começar falando sobre esta massa fria de ar que impiedosamente nos assola, será que para frea-la adiantaria arremessarmos algum tipo de mola? O frio que se adonou do sul e se espraiou pelo Brasil é tão intenso, que expressões como: “fica frio” parecem redundantes. O pior é que não se consegue esquentar a cabeça com isso.
Ainda falando sobre massas, o Rubinho ao invés de botar a mão na massa acabou acidentalmente botando a mola no Massa, amolando quem não merecia. Muitos dos que já achavam ruim quando ele (Rubinho) perdia uma corrida, descobriram que é mais desastroso ainda quando ele perde as peças do carro.
Comentando um pouco sobre o caminho das índias verde-amarelo, estamos assistindo ao autodenominado brâmane Sarney, tratando o povo brasileiro como se fossem dalits. Ele utilizou-se do elefante branco e profano que há muito tempo representa nossa administração pública, e com gestos nem um pouco auspiciosos acendeu suas lamparinas do sucesso com provável (e cada vez mais comprovável) dinheiro público. Mas, mesmo agora que tudo está sendo descoberto, parece que a vaca da corrupção (algo sagrado e consagrado na política brasileira) ainda não foi para o brejo, porque ela estava com o rabo preso a outras vacas. Por sinal, em se tratando de política, as únicas coisas que acabam presas são os rabos dos políticos.
Em nível mundial o muro das lamentações perdeu terreno para um mundo de lamentações quanto ao óbito do popstar M.J. que apesar de ter morrido, nunca esteve tão vivo (novamente) nas rádios quanto agora. Embarcando no mar de teorias da conspiração quanto às causas de sua partida para o além, ouve-se de tudo, desde uma suposta simulação da própria morte para escapar das dívidas, até que ele morreu por ter se engasgado com um pé-de-moleque.
Até o símbolo da paz anda trabalhando para os traficantes. Quem poderia imaginar que o problema nos presídios não seria mais as bombas, e sim as pombas. Por outro lado, a natação não deixa a participação brasileira ir por água abaixo, batendo recordes mundiais em águas internacionais.
Enfim, em tempos de pandemia de notícias sobre o vírus influenza (será que estamos sendo “influenziados”?), o jeito é passar os dias na base do esconde-esconde, ou seja, nos escondendo da epidemia para que ela não venha se esconder em nossos corpos (tão pretensiosos mentalmente, quanto frágeis fisicamente), pois caso ela nos contamine, acabará fazendo em nossas vidas, um mal similar àquele que os políticos de um modo geral fazem com a população que os sustenta.
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