TÁ NA VARA?

E na noite seguinte...retornamos.

Para aonde?

Para mesma cantina que não enrola os clientes...

Acreditem, para aquele mesmo local dos pratos fresquin, fresquin, do causo da minha última crônica.

Porém tratamos de mudar o cardápio, isso sim!

O sul de Minas, fronteiriço com algumas cidades paulistas das serras, todos são campeões na truticultura, no cultivo daquele peixinho tão saboroso que se reproduz nas águas doces e geladas.

Eu não conheço trutas arco-íris mais gostosas e "gordinhas" do que as daquelas regiões.

Então, fomos experimentar as tais trutas mineirinhas....

Já não era o mesmo garçon da rúcula da horta do "Zé Mineiro", porém a gentileza e a atenção eram as mesmas.

Confesso que me animei, porque nem de longe estava a fim de esperar como esperei pela colheita daquela rúcula da pizza.

E ademais, peixe não amarela, não murcha e não é coisa plantada na horta.

E mais animados, fizemos o pedido.

"É pra já senhor, tá na mão!- uma truta no capricho a moda da casa!"

Rapidamente colocou a mesa, preparou os talheres do peixe, serviu a bebida, tudo como manda o figurino...mineirinho.

"Minutinho que já já está prontinha".

Aquele aviso funcionava nos como um chá de ânimo.

Dessa vez nem arrisquei àqueles pãezinhos de queijo, nem o couvert, nem nada.

Queria só saborear a minha truta... que já tava na mão!

E esperamos...e esperamos ...e esperamos.

"E ademais, peixe não amarela, não murcha e não é coisa plantada na horta" eu repetia tal frase no meu pensamento.

E o garçon, que às vezes aparecia por ali, nos relembrava:"Tá na mão, só mais um bucadinho".

Depois de muito, mas de muitos bucadinhos, é que fomos entender: a truta não estavana horta, já estava na mão! ou seja, já estava na vara...do pescador.

Mesmo assim esperamos.

Afinal, qual truta seria mais "fresquin fresquin" que aquela, sô?

Nota:

Aos mineiros que me lerem, com todo o meu carinho.