As aventuras de Tonico - O desastrado poetinha
Aos 14 anos, fiz o primeiro poema da minha vida, depois de ler um gibi em que aparecia uma história de Tarzan e Jane:
“Para te defender, ó Jane, minha paixão,
De tudo seria capaz, sem exageros vãos!
Até mesmo um feroz e faminto leão
Eu mataria com as minhas próprias mãos!”
Confesso que jamais li qualquer história em que Tarzan matava um leão com as suas próprias mãos; geralmente, o fortão Rei das Selvas derrubava o bicho e metia-lhe a sua afiada faca. Mas eu, nos meus primeiros versos, por amor, sentia-me mais forte que o próprio Tarzan!
Bom, mas, nesse tempo, eu estava apaixonado por duas menininhas. Uma, morena, que se chamava Rita, outra, lourinha, que se chamava Ângela. Todas as duas me enviavam lânguidos e significativos olhares, de modo que calculei que já estava tudo dominado, só faltavam mesmo as minhas respectivas declarações.
Assim, a título de declaração de amor, enviei o poema para as duas musas - quem tem duas só tem uma, quem só tem uma não tem nenhuma, diz a voz do povo. Coloquei-o em dois envelopes, subscritei, e pedi para um colega entregar às respectivas destinatárias.
Que nunca mais falaram comigo! Grande mancada: no envelope para Rita, eu colocara a declaração-poema para Ângela, e no envelope para Ângela, a declaração-poema para a Rita!...
Aos 14 anos, fiz o primeiro poema da minha vida, depois de ler um gibi em que aparecia uma história de Tarzan e Jane:
“Para te defender, ó Jane, minha paixão,
De tudo seria capaz, sem exageros vãos!
Até mesmo um feroz e faminto leão
Eu mataria com as minhas próprias mãos!”
Confesso que jamais li qualquer história em que Tarzan matava um leão com as suas próprias mãos; geralmente, o fortão Rei das Selvas derrubava o bicho e metia-lhe a sua afiada faca. Mas eu, nos meus primeiros versos, por amor, sentia-me mais forte que o próprio Tarzan!
Bom, mas, nesse tempo, eu estava apaixonado por duas menininhas. Uma, morena, que se chamava Rita, outra, lourinha, que se chamava Ângela. Todas as duas me enviavam lânguidos e significativos olhares, de modo que calculei que já estava tudo dominado, só faltavam mesmo as minhas respectivas declarações.
Assim, a título de declaração de amor, enviei o poema para as duas musas - quem tem duas só tem uma, quem só tem uma não tem nenhuma, diz a voz do povo. Coloquei-o em dois envelopes, subscritei, e pedi para um colega entregar às respectivas destinatárias.
Que nunca mais falaram comigo! Grande mancada: no envelope para Rita, eu colocara a declaração-poema para Ângela, e no envelope para Ângela, a declaração-poema para a Rita!...