AÇUCAR OU ADOÇANTE?

Finalmente, graças a Deus, consegui parar de fumar. Não foi fácil. Trabalhava em um guichê, junto com seis colegas todos fumantes. Os mais próximos, para me torturar, jogavam fumaça em minha cara, punham por sacanagem o cinzeiro cheio, no meu box. Mas mesmo assim com um esforço Homérico nunca mais pus um cigarro na boca. Mas veio o efeito colateral, para me manter longe do cigarro, tinha que estar sempre com a boca ocupada, comendo sem parar. Aí veio o desastre, engordei quase 12 quilos. Para um sujeito baixinho como eu, foi uma tragédia. Veio os apelidos, "rolha de poço", "barrãozinho", "cinco arrobas", etc. Resolvi fazer um regime. Também não foi fácil, após passar mais fome do que cachorro sem dono, consegui voltar para o peso antigo. E é duro mantê-lo. Até hoje estou sempre em cima de uma balança. Cerveja, só nos finais de semana, açucar, só quando estou em casa de amigos, e me oferecem cafezinho.

Certo dia andando em Belo Horizonte, sob um sol causticante, morrendo de sede, entrei em uma lanchonete e pedi um suco de laranja natural.

A garçonete veio com o suco e com o açucareiro.

-Por favor me traga o adoçante. Pedi.

Ela estranhou, não sei porque, e disse:

-O senhor é DIABÉTICO?

Eu um pouco irritado, pensando que só diabéticos pudessem usar adoçante respondi:

-Não, sou DE ABAETÉ!

* * *

HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 20/07/2009
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