ASSALTÓDROMOS

ASSALTÓDROMO

(Autor: Antonio Brás Constante)

O Brasil é um País onde se dá um jeitinho em tudo. Pensando dessa forma, porque não aproveitar a onda de assaltos e violência que inunda a nação, transformando toda essa energia negativa em algo rentável? Como? Criando assaltódromos.

Seriam anunciados na imprensa mundial, como uma forma de turismo diferente. Todos sabem que no Brasil tem gente de sobra conhecendo bem este ramo. Seríamos os primeiros no mundo a explorar esta idéia. E em matéria de “exploração” somos um povo experiente.

Aproveitaríamos toda nossa estrutura marginal, para criar verdadeiros parques temáticos, fazendo o turista se sentir como se estivesse realmente sendo assaltado. Seria tão real, que todos os pertences dele retirados, não lhe seriam devolvidos nunca mais.

Os “gringos” poderiam optar por diversos tipos de pacotes. Todos com seqüestro e arrastão incluídos. Seriam abordados por quadrilhas especializadas, recebendo uma verdadeira aula sobre o crime.

O governo não precisaria gastar com infraestrutura, pois os cativeiros seriam nas próprias favelas, com direito a tiros, mordaças e ameaças mil.

Seria uma experiência única, para os amantes da adrenalina. Para satisfação dos clientes, não se mediriam esforços nem reforços. As cordas, correntes e capuzes seriam sempre de primeira linha. Os porta-malas onde ficariam os “cativos” contariam com serviço de frigobar, uso irrestrito do celular e acesso à internet.

Por fim, a idéia daria tão certo que os turistas nem deixariam mais o País. Pois seus passaportes e dólares sumiriam durante as atrações. Para poderem ir embora, bastaria um telefonema para seus conhecidos do estrangeiro, convencendo-os a vir passar as férias aqui.

Com esta solução simples, poderíamos mudar a cara deste País, ou pelo menos escondê-la sem culpa atrás de um capuz.

(SITES: www.abrasc.pop.com.br e

www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 05/06/2006
Código do texto: T170108