ENSINANDO A MULHER A DIRIGIR

Quando eu tinha um pequeno sítio, ia para lá todo final de semana, com a família, dirigindo um velho Ford corcel. Minha esposa vivia pedindo para ensiná-la a dirigir. Eu nunca tive paciência. Em minha pequena cidade não havia auto escolas, (Centro de formação de condutores, que são chamadas hoje). A gente aprendia a dirigir, era um ensinado o outro. De vez enquando eu a deixava pegar o volante e dirigir um pouco, na estrada estreita de terra, pouco movimentada. Me dava uma verdadeira agonia, quando iamos passar na ponte estreita de madeira, sem corrimão, do ribeirão Marmelada, eu suava frio. Ela passava as rodas na beiradinha da ponte. Eu brincava:

-Da próxima vez, passe dentro da ponte, e não fora dela...

Uma vez, tomando cerveja com a turma de colegas da Minascaixa,

comentei:

-Eu não tenho paciência de ensinar mulher a dirigir, quando estou ensinando, na estrada, grito com ela:

-Olha o buraco! Olha o buraco! Ela joga o carro no buraco.

Um dos colegas gozador de primeira, disse:

-Ara sô, tá bão dimais, eu quando estou ensinando a minha mulher a dirigir e grito:

-Olha o buraco! ela buzina, para o buraco sair da frente...

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