CASAMENTO DE CÃO
Foi outro dia no horário do almoço, nessas voltas vadias que a gente dá para aliviar o estomago empanturrado, que assisti a cena mais inusitada, por mim, já vista. Em plena praça XV no centro do Rio de Janeiro, um homem travestido de padre celebrava o casamento de dois cães vira-
latas. Um “padre” com batina e tudo e dois cãezinhos a cercá-los, a cadelinha com vestido e véu e o cãozinho com gravata borboleta e uma pequena multidão de curiosos espantados a acompanha-los. Pensei logo
se tratar de alguma brincadeira de televisão, tipo “pegadinha”, não me contive e parei para assistir e por que não dizer, testemunhar insólita ocasião. O tal padre até que entendia do ritual, levando, passo a passo, rigorosamente, todos os atos que normalmente presenciamos nas igre-
jas, quando de casamentos, digamos assim, normais. Mas, até ai, tudo bem, poderia ser apenas uma brincadeira daquele sujeito, talvez para aparecer, ou como forma de divertimento. Entretanto, quando chegou a hora de perguntar se naquele “recinto” havia alguém que soubesse de algo que impedisse aquela união, uma mulher gritou atrás do “padre”:
-Eu sei seu “vigário!”. Nossa, a risada foi geral, mas a coisa tomou outro rumo, quando um outro expectador começou a discutir com a tal mulher, dizendo que ela era uma maluca e calasse a boca. Os dois começaram a se alterar. Ela dizia que o cãozinho já era casado com sua cadela e o homem a chamava de mentirosa, pois seu cão, inclusive, ainda era virgem (imaginem...).Pra finalizar, a coisa esquentou de tal maneira, que tiveram que separar os dois que já se preparavam para as vias de fato. O mais incrível de tudo é que, enquanto a cadelinha se mantinha quieta ao lado do padre, o cãozinho atacava o homem que dizia ser seu dono. Talvez quisesse o cão, defender sua verdadeira sogra.