Enivalda e Franilsson em: “doença de pobre e doença de rico”
Ano passado, Enivalda pegou uma baita conjuntivite do filho da vizinha, o Michael Douglas. Mas como trabalha por conta, sem carteira assinada, foi faxinar assim mesmo, com olhos melados da doença, na residência do Sr.Casimiro, porque achava que não iria encontrá-lo em casa:
-Some daqui com essa doença de pobre, Enivalda! – crispou o contador ao ver a diarista entrando pela área de serviço.
Franilsson, o namorado atrapalhado de Enivalda, até tentou cuidar dela, mas comprou água oxigenada no lugar de água boricada para tratar da inflamação.Levou logo um tapaço na nuca! Foi correndo para fazer a troca na farmácia do Seu Hélio.
Esse ano, o Sr.Casimiro foi viajar no feriado da Semana Santa para a Argentina. Dias depois, acamado por conta de uma gripezinha à toa -segundo ele-, ligou para o celular da diarista com voz anasalada:
-Atchim...Ai...Alô, Enivalda...Amanhã quando você vier para cá, faça-me um favor... ...Cof...Cof...Passe numa drogaria e compre alguns antigripais para mim que...Atchim...Eu acerto com você depois...Cof...Cof...Tô sem condições de sair de casa...Ai..
- Ô, Seu Casimiro, o senhor tá com gripe, é?
- Sim, uma gripe forte...Mas logo passa!
-Olha, me desculpe, mas num vai dá pra mim ir trabalhar pro senhor não, viu?
-Por quê? Atchu!
-Porque o senhor viajou pros estrangeiro e acho que pegou doença de rico por lá!
Mais tarde, com o porteiro:
- Cê acha, Franilsson, que tinha graça eu ir lá para pegar a doença do porco?
- Eita, o seu patrão tá doente? Vai ver que é falta de banho! Eu já tinha bem reparado que esse cabra tinha mesmo um jeito de homem porco!
(Maria Fernandes Shu – 25 de junho de 2009)