CONVERSA ENTRE COMPADRES (surdos)
- Boa tarde, cumpade.
- Forgado nada cumpade, a precisão é que faz gato cumê sabão!
- Cumpade, onde tá indo cum esta parafernalha toda, está indo pescar?
- Não cumpade, num agüento mais jogar bola não, estou indo é pescar.
- A sim, está indo é pá feira, é por que pensei que o siô estava indo era pescar.
- Cumpade, e a cumade cumo está, vi falar que estava meia duentada?
- Tá num cio danado, cumpade, fica só berando a cerca pu causa de um cavalo do vizim que está da outra banda.
- Pois é cumpade, fiquei sabendo mermo que o médico disse que o caso dela tem que ser cirúrgico e ela não está querendo.. cum medo da anestesia?
- Tenho coragem não cumpade, se eu cortar o arame e passar o cavalo pu lado de cá o vizim vai querê me cobrar uma banda do potrinho, sem contá que ele qué que arrumo a cerca de novo!
- E a minha afiada está bem, cumpade?
- Já pariu de burro duas vezes, cumpade! Não posso dispô dela assim só pruqê desta vez qué imprenhá de cavalo. Esta égua tem me dado um lucro danado.
- A prosa tá boa cumpade, mas já tá tarde. O que eu queria mermo era notícia da cumade e da afiada. Embora a cumade não está bem, a minha afiada num tem de que recramar.
- Com certeza, cumpade, estas criaçãozinhas é assim mermo, dá trabaio demais, mas serve agente na ora da precisão.
- Telogo, cumpade, diz pá cumade que estou aqui pedindo saúde pra ela. E pá afiada, um abraço.
- É cumpade, vou falar pá sua cumade e afiada que prozamo bastante e o siô só perguntou pela a égua. No nome delas, ocê se quer, tocou.