Neste texto de nº 300, um pouco de algria não faz mal nenhum, obrigado pelo incentivo ,à todos e bom proveito! Uffa...



AULA DE ANATOMIA E DOENÇAS VENÉREAS


      Lembrei-me do tempo de escola e de uma das poucas vezes em que fui obrigado sutilmente, a retirar-me da sala de aula; num convite gentil e carinhoso do professor Coelho. Coelhinho como era chamado o meu professor de Ciências Sociais, era uma excelente pessoa ,um gozador, um leva-a-vida-na-flauta. Enfim, um professor que se encaixava como uma luva na matéria ministrada. Como não era fundamental ao curso técnico,ele levava meio na gandaia e nós também. Mas como o fato envolveu a turma toda e, que acabaram por serem corridos da sala de aula junto comigo, serei sucinto e direto.
      Edna era o que costumamos chamar de um : “Avião de Mulher”; loira, alta olhos azuis claros, rostinho meigo e um corpo escultural. Mas, bastava abrir a boca e estragava todo conjunto, tal era a sua maneira melosa de falar; parecia que estava miando, de tão dengosa que era.  Minha turma do noturno na ETFP, era a primeira turma a receber mulheres na escola, por ser uma escola técnica e ter a predominância masculina, Edna, Sonia, Margarete, Marli e Sheila, eram as primeiras mulheres a serem admitidas no educandário. Com elas a nossa classe completava o número de alunos por sala de aula : 35 alunos. 
     Aquela noite se tornou inesquecível para grande parte de meus colegas  e principalmente para mim, autor da brincadeira. Como já mencionei anteriormente, Coelho, era da pá virada.  E vocês, podem imaginar um professor  com essa índole,  receber ordem do diretor para iniciar a implantação do curso de Educação Sexual ? Não ? Claro e, é porque vocês não conheceram um professor como ele,que vou poupar-lhes outros adjetivos e também em respeito a ele estar em outro plano e por ter-se tornado um grande e valioso amigo no decorrer de nossas vidas.
    Entramos na sala de aula, logo após a sirene de aviso e nos deparamos com a maquina de projeção de slides em cima da mesa e vários papeis e cartões. Coelhinho, já estava em prontidão com tudo ligado e uma folha de papel branco em cima da mesa Fez a chamada normal e depois do tumulto inicial, apagou a luzes da sala. Os primeiros slides já deram uma amostra de como seriam os últimos, mas eu nem sonhava com o que aconteceria no meio da aula. Coelhinho, com a maior cara de pau ia passando os slides e explicando com os mínimos detalhes. Nisso ouve-se um Oh ! No meio do silêncio. Estava escrito no telão o seguinte: Agora iremos ter uma noção exata de problemas degenerativos nos órgãos sexuais, suas conseqüências e suas doenças venéreas, sexualmente transmissíveis e perigosas. (naquela época não existia a “AIDS”) Edna, estava mais vermelha que um pimentão maduro, quase nem respirava. Conforme ia aparecendo um membro masculino, ou uma vagina com aparente deformação, ou com escorrimentos o professor Coelhinho, ia dizendo:
   -Este, é um Cavalo de crista!,... Este,é um cancro!,... Este está com gonorréia!... Esta está com corrimento vaginal, que pode ser uma infecção urinária, ou etc... De repente surge na tela o motivo de minha expulsão: Era, um membro masculino desproporcionalmente inchado , pois continha um anel na parte que fica quase junto ao corpo e a parte da frente estava realmente assustadora. Tanto que a voz fina e dengosa da Edna se fez ouvir:
   - Nossaaa!... O que é isso professorrrr!... crédooo!
 Não deu outra, levantei-me e rapidamente falei.
   - Não adianta ficar cobiçando dona Edna!...A senhora não está vendo que esse aí é comprometido!...Olha o anel!
   A risada foi geral (menos a Edna é claro), tanto foi que o próprio Coelhinho , rindo também, olhou prá, mim e disse;
   - O senhor , seu Gildo,  pode se retirar e levar a turma toda junto, pois acabou a aula.
 Sem recurso de apelação ,olhei pra Edna e disse que ela era a única culpada por ser gulosa. Saiu resmungando e desceu as escadas. Vocês podem imaginar como foi o resto do ano letivo, não podem?  



Ai que saudade da minha Escola Técnica Federal de Pelotas,
onde consegui aprender , inclusive a ser gente.

Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 30/05/2009
Código do texto: T1623512
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