De zebra a sapoti

Numa renomada casa de frutos do mar, situada nas montanhas aeradas de Massachusetts, Mississipi, Ohio, Tennesse, um homem quer um bife de zebra. E ele tem pressa. O garçom sabia que estava em apuros, mas tinha fé no cozinheiro da espelunca. Era um compra boi nato, o danadinho. Armado o circo, com direito a uma mulher barbada aturdida com a balbúrdia, round one fight!

O carnívoro de carnes (!) listradas fingiu que não era com ele, deu meia volta, tomou impulsão, voou com os dois pés no peito da mulher barbada, fez um rolamento invertido e já levantou estilo Moonwalk. Não satisfeito, ansiava quebrar a cabeça do garçom. O cábron de smoking não deixou barato. Puxou a peixeira que escondia no pulôver que envergava sobre a sobrecasaca, girando-a lateralmente, zunindo sobre a cabeça do maníaco dos bicudos. Este, sagaz como um gnu, sobrecarregou o peso do corpo sobre sua coluna, num fabuloso efeito Matrix, ou dança da cordinha, sei lá.

Com dores lancinantes levantou-se e foi surpreendido. Da cozinha vinha o cozinheiro, cozendo miúdos de carneiro para um Haggis, e logo aplicando uma gilete do Guile no queixo do matreiro comedor de bifes gnu slow motion. Ao que parecia, um game over. Mas o homem das mil denominações, com a cara rachada, tinha um insert coin de bônus. Levantou trôpego, tomou um suco Gami, comeu um champignon de fezes e foi à luta. Imponente. Voraz. Com diarréia. Só teve tempo de gritar: "THIS IS SPARTA!!!" e pereceu. Virou um sapoti.