RIA OU SORRIA MAIS!
Rir sempre de quase tudo
Pelado ou com, sobretudo
Sem ser peludo, contudo
É meu jeito meio debochado
É tudo que de melhor
Ou vai ver até de pior
Eu sei ou penso fazer...
Traquina desde menino
Rindo sem siso
Nem com aviso
Eu logo realizo
De modo imperfeito
Viro tudo do avesso
Meio bobo confesso
Perdendo o juízo
Mas não dou prejuízo
Faça o tempo que fizer
Ou seja, lá como quiser
Mesmo improvisando o riso
Espanto o pranto contido
Se chover, irei sorrir
Se der sol é bem melhor
Mas se for chuva e sol
Chamo a viúva e o espanhol
Se o rio corre para o mar
E o velho apertado pro urinol
Saio pra pescar com meu anzol
Eu sorrio sem critério
Serei assim até o cemitério
Eis o mistério de se gostar
Diga aí se não é de apreciar?
De se amar e cair em si
Adorar achar graça de graça
Soltar-se livre na praça
Alegre sem beber cachaça
Sorrir para quem passar
Devagar também é pressa...
E olha isso é bom à beça
Há os bem sisudos
Mas esses são abelhudos
Ou vai ver são chifrudos
Não riem para não ficarem
Ditos como abestalhados
Mal acostumados
Sentem-se mudos e surdos
Sei lá de onde são oriundos
Ou se são chibungos corcundas
Penso que são uns absurdos
Se eu, no Rio, sorrio ou rio
Vem um arrepio de felicidade
E pra isso não tem idade
E na verdade rir é ter saúde
E sempre melhor que chorar
Que te leva ao sonho profundo
Pois lá... Bem no fundo do fundo
Existe a certeza de que o mundo
É melhor assim sorrindo
De que só se levará desta vida
A vida que a gente levar!
E assim meu amigo e amiga
Se não estiver com lombriga
Ou uma baita dor de barriga
Sorria! Com a nossa poesia...
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes