Amada, amante!

Tantos anos de dedicação, e você, resolveu discutir a relação.

Sem qualquer razão, afinal nada te prometi...

Quando daquele lugar te tirei, estavas lá exposta, disposta a se entregar, a quem pudesse pagar.

Sempre soube que não tinhas coração!

Mas sair da minha vida assim...

Não iria me humilhar, nada implorar, talvez fosse a hora de pensar, e meu viver, revisar.

Minha vó sem ti viveu, porque não eu?

Abaixo o materialismo! Abaixo o consumismo

Evitei em ti pensar...

Verão, roupas leves ,sol, calor, no início foi até distração.

Mas o inverno deu indícios de chegar. O tempo começou a nublar, a chuva chegou e resolveu ficar.

Um lugar ao sol não conseguia encontrar...Um cheiro de mofo no ar...

Eu tinha que ir trabalhar, e ao chegar nem podia descansar.

Voltei a pensar em ti.Que saudade, do cheiro de Surf no ar.

Mas não ia me humilhar, outra fui procurar.

Agora tá difícil de pagar...comecei a te valorizar...

Talvez pudesse te perdoar...consertar a situação....

E foi aí que descobri, que mesmo sendo um ser eletrônico, sem alma e coração, que nada sentia e não pensava , contrariando Descartes, você existia! E necessitava de atenção.

Descobri, que tinhas a capacidade de fazer o meu tempo render, e assim, mais coisas me permitia fazer, como por exemplo, esta crônica escrever.

Abaixo o preconceito! Viva a modernidade!

Mesmo não sendo uma Brastemp, te amo minha máquina de lavar!

E se alguém souber, quem foi o mentiroso que inventou a expressão

"barriga de tanquinho", me avise, pois vou processá-lo, e enviar a conta do ortopedista para ele pagar!

Sigel
Enviado por Sigel em 15/05/2009
Código do texto: T1596253
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