Amada, amante!
Tantos anos de dedicação, e você, resolveu discutir a relação.
Sem qualquer razão, afinal nada te prometi...
Quando daquele lugar te tirei, estavas lá exposta, disposta a se entregar, a quem pudesse pagar.
Sempre soube que não tinhas coração!
Mas sair da minha vida assim...
Não iria me humilhar, nada implorar, talvez fosse a hora de pensar, e meu viver, revisar.
Minha vó sem ti viveu, porque não eu?
Abaixo o materialismo! Abaixo o consumismo
Evitei em ti pensar...
Verão, roupas leves ,sol, calor, no início foi até distração.
Mas o inverno deu indícios de chegar. O tempo começou a nublar, a chuva chegou e resolveu ficar.
Um lugar ao sol não conseguia encontrar...Um cheiro de mofo no ar...
Eu tinha que ir trabalhar, e ao chegar nem podia descansar.
Voltei a pensar em ti.Que saudade, do cheiro de Surf no ar.
Mas não ia me humilhar, outra fui procurar.
Agora tá difícil de pagar...comecei a te valorizar...
Talvez pudesse te perdoar...consertar a situação....
E foi aí que descobri, que mesmo sendo um ser eletrônico, sem alma e coração, que nada sentia e não pensava , contrariando Descartes, você existia! E necessitava de atenção.
Descobri, que tinhas a capacidade de fazer o meu tempo render, e assim, mais coisas me permitia fazer, como por exemplo, esta crônica escrever.
Abaixo o preconceito! Viva a modernidade!
Mesmo não sendo uma Brastemp, te amo minha máquina de lavar!
E se alguém souber, quem foi o mentiroso que inventou a expressão
"barriga de tanquinho", me avise, pois vou processá-lo, e enviar a conta do ortopedista para ele pagar!