Isso tudo foi antecedido de uma longa
conversa sobre desapego, sobre vencer o orgulho, sobre a prevalência da essência sobre a aparência; também falei do valor das coisas simples da vida, mas de nada adiantou...

DEPRESSÃO

Meu soneto desbotou, perdeu a cor
E me conta que jamais falar de amor,
Ele irá, pois não consegue ter mais força
E por mais que ele torça ou se retorça,

Fica preso numa forma inconsequente,
Na aspereza de uma rima repelente.
Como fosse um marginal posto de lado,
Já não tem a mesma glória do passado.

Diz que vai fazer as malas e partir;
Procurar por novos ares, vai fugir,
Pois não quer saber de dor de sofrimento.

Eu lhe disse que isso é coisa do momento,
Mas o pobre diz que não e, decidido,
Parte mesmo e me deixa deprimido.

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