O JOGO

Em 1986, tínhamos na 3ª Cia do 9ª BPM, um time de futebol formado por Cb e Sd, quase imbatível, uma das melhores safras produzidas na Escola de Formação, que mesclava aos demais existentes na Companhia, sagrou-se diversas vezes Campeão, nas competições nas quais tomou parte.

Na final memorável contra o 1º BPM, no estádio da APM, devido a campanha ao longo do torneio, era preciso só um empate para sermos campeões.

Foram tomadas todas as providências para a equipe obter o êxito almejado, tais como: dispensa do serviço, alojamento para concentração da equipe, alimentação especial.

O jogo tava uma “fumaceira”, as duas equipes jogando pelo pão, iam na bola com gana e “téson de voluntad” como dizem os castelhanos. Terminando o primeiro tempo zero a zero.

No segundo tempo, aos 15 minutos, foi marcado um pênalti duvidoso contra nós e 1x0, para os homens.

Inferiorizado no placar, providenciei na substituição de um meio campista, por mais um atacante, que pro causo, era um Sd indisciplinado, vida torta, mas de bola sabia tudo e mais um pouco.

Aos 46 min, já nos descontos, ela apanhou a bola no nosso campo, driblou meio time adversário, deu um chapéu no goleiro, ficando com o gol escancarado para o empate.

Súbito, veio da arquibancada, um grito:

_ Chuta em gol, Negão!

O nosso craque, reconhecendo a voz do Cmt, que prestigiava o jogo, lembrou-se das cadeias e prontamente, ficou em posição de sentido.

_ Sim senhor, Cmt!

Tempo suficiente para o goleiro se recuperar, apanhar a bola, o juiz terminar o jogo e nós perdermos o torneio.

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 05/05/2006
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