OS PESCADORES, O GUIA INDIO E AS PUTAS

Quatro dos cidadãos mais abastados de minha cidade resolveram organizarem uma pescaria no Araguaia. Entusiasmados, fizeram uma extensa lista do que precisariam levar. Colocaram na lista desde agulhas de costura até soro antiofídico polivalente. No dia da partida, prepararam dois carros: uma Rural e uma Veraneio. Suas esposas estranharam o porquê de dois carros, sendo só quatro pessoas. Eles alegaram que os carros iriam cheio de tralhas e eles teriam mais espaço na longa viagem.

Mas o motivo não era esse, eles passaram na zona boêma de uma cidade vizinha e contrataram quatro prostitutas mais novinhas e bonitas para acompanhá-los. Chegaram ao hotel previamente reservado e contrataram um guia indio que morava nos fundos, para guiá-los. Foi uma farra, levavam as mulheres nas pescarias, acampavam na beira do rio, tomavam porres Homéricos. O Indio Sucuri quando estava de folga vivia bêbado, porém quando lhe ofereciam uma bebida ele dizia lacônico:

-Sucuri não bebe em sirviço!

Gostaram tanto da farra que, volta e meia estavam repetindo o programa. Passavam na zona das cidades vizinhas escolhiam as prostitutas e iam para a farra.

Suas esposas já desconfiadas, uma vez "encasquetaram" que iriam com eles. Eles tentaram demovê-las da idéia, dizendo que havia cobras, pernilongos do tamanho de pica paus, indios selvagens etc.

Não teve jeito, contrariados tiveram que concordar em levá-las. Fizeram a viagem amuados. As mulheres estranharam, uma delas disse:

-Parece que estão indo para um velório...

Chegaram ao hotel, e de longe avistaram o índio Sucuri, debaixo de uma árvore, completamene bêbado fumando seu indefectível cachimbo feito de cerne de coquinho.

O índio cambaleando foi recebê-los alegremente. Ao ver as mulheres descendo dos veículos disse:

-Que qui acunteceu, os cobre doceis cabô?

Um dos pescadores fez sinal que não entendeu, ele disse bem alto:

-Eu priguntei se os cobre doceis cabô, oceis dessa veis truchero umas puta véia e feia dimais...

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