PRINCESA DOS SONHOS

A festa rolava quente, quase duas da madrugada e o pessoal ainda com muita disposição dançava uma música? Um barulho esquisito e disforme que pulsava como coração com taquicardia, mas dançavam era o que interessava. No meio da multidão me apareceu “ela”, a mulher que minha mãe pediu como nora. Linda, maravilhosa, um tesão de mulher. Morena e ainda queimada do sol (nossa, as marquinhas me vieram na imaginação), pernas roliças, nada de tão “sarada”, aliás, a mulher tinha carne e de primeira, e a bunda? Simplesmente perfeita, não a trocaria por meia dúzia de modelos internacionais. Acreditem ou não, ela parou ao meu lado e começou a dançar, sem me olhar, mas ficou ali, sozinha, esperando um príncipe encantado, como não chegou nenhum, me apresentei na estória como primeiro reserva. Pensei em como me chegar sem parecer um bobo, bem, meio redundante né? - E ai? Tudo bem? Caramba, nem olhou para mim. Tomei coragem, comprei duas latas de cerveja e ofereci uma delas para aquele mulherão. Não acreditei, ela ACEITOU!! Ainda por cima me veio com um - “nossa, como você é gentil”. A mulher falava inglês, francês, italiano, entendia de música clássica, ópera, cinema, televisão, política, economia, putz, sabia de tudo a condenada e o pior é que não parava de falar, mas valeria a pena se eu pudesse levar aquele tesouro revestido de fêmea para cama (mesa, chão, pia de cozinha, carro, etc...). Resumindo, paguei caro (foram cinco latas, para cada um, alguns salgadinhos, duas águas e uma caixa de chocolate, que mais pareciam ter sido cobrados em Euro, face ao tamanho da conta), mas consegui sair com a dama celestial e sem muita pressão levei-a para um motel, não um motel qualquer, um motel bem caro. Já cheguei gastando, pedi logo uma garrafa de vinho (não entendo nada de vinho e fui pelo preço, o mais caro). Ela disse que estava com fome, prá já, e lá fui eu buscar no cardápio o prato mais caro. Ela se mostrou uma alcoólatra de primeira, pediu muito vinho, sempre comigo acompanhando, que eu não sou homem de ficar pra trás, ainda mais de mulher, pediu cerveja, eu junto, conhaque (conhaque? P.q.p.) e lá vou eu ao banheiro pela primeira vez, larguei por cima e por baixo, vomitei mais que musica sertaneja em festa de peão. Voltei e me deitei, agora chega de bebida que eu quero é ser bebido inteiro. Pois muito bem, deitei e não vi mais nada, apaguei geral. Quando acordei, minha cabeça tinha uma tonelada em cima, minha boca tinha gosto de pedra, nunca lambi uma, mas juro que esse era o gosto. Procurei minha carteira, nada, a vaca levou tudo, inclusive minhas roupas, nem a cueca ela deixou. Olhei para o espelho do quarto e lá estava anotado no vidro em vermelho, um recado escrito em baton: “TE LIVREI DE UMA BOA BOFE”, SUA PAULINE, UMA QUASE MULHER!