SANTA INOCÊNCIA - II
SANTA INOCÊNCIA – II
Minha irmã Eloia caçula da família, após sair de mais um dia de trabalho resolveu passar na casa da Marise, minha outra irmã para ver Marcos Filho o mais novo sobrinho que contava na época com apenas quatro meses de idade. As chegar encontrou a Marise muito atarefada no quarto de costura, pois tinha tempo contado para entregar a cota de trabalho que havia combinado com a patroa. Nisso entra Anna Luiza, então com sete anos, correndo e no maior alvoroço e diz:
- Bença tia!
- Deus te abençoe Aninha!
- Mãe o Marcos Filho ta sujo!
- Troca a fralda dela pra mim Eloia. A Carmem já ligou e está vindo buscar estas costuras, e ainda não terminei!
- Pode deixar que eu vou. Vamos Aninha, venha ajudar a tia e já ir aprendendo as tarefas de uma futura mãe!
Saíram as duas em direção ao quarto e encontra o bebê movendo os braços e pernas com movimentos repetitivos e descordenados. Quando vê a tia esboça um sorriso e estendem os bracinhos cheios de dobrinhas cutâneas formadas pelas gorduras características de um bebê saudável. Eloia o retira do berço e o coloca na cama, prepara todo o material para efetuar o cuidado pueril. Quando curva para frente em direção a criança, seu cabelo cai aos olhos e por mais que tenta prende-lo atrás da orelha ele insiste em voltar a obstrui sua visão. Então ela diz:
- Aninha pega uma ramona pra tia bem!
- O que tia?
- Uma ramona!
Aninha fica parada, pensativa olhando a tia e sai em disparada e passa por sua mãe que havia deixado o quarto de costura e se dirigia ao banheiro.
- Aonde você vai Aninha?
- Pegar uma coisa pra tia Ló!
Assim que Marise chegou ao quarto onde estava e Eloia e Marcos filho, entra Aninha e diz:
-Aqui tia “o”!
E joga na sobre a cama um objeto verde. Ao ver aquilo Marise indaga:
- Que é isso menina?
- Foi a tia Ló que pediu!
- “Tadinha” Marize. Santa inocência eu pedi uma ramona e ela me trouxe uma mamona!