A rapariga e o bêbado
Meu baú de histórias gaiatas ou pitorescas foi por mim mesmo apelidado de Baú V.I.V.O. (Vivi, Inventei, Vi ou Ouvi), enquanto que as minhas histórias românticas ou eróticas vêm do meu M.A.LA. ( Manual de Abatimento de Lebres Adoráveis). Esta história é do Baú V.I.V.O, item "Vi".
Antes de entrar na história propriamente dita, é preciso esclarecer que, no Maranhão e alguns estados do Nordeste, a vagabunda, vagaba, vadia, etc., ou a amante de homem casado, é denominada até hoje de "rapariga", embora esse termo venha perdendo espaço para os mais modernos, anteriormente citados. O porquê disso não se sabe - talvez esteja na alma popular - de vez que "rapariga" é apenas o feminino de rapaz e é dessa maneira que até hoje os lusitanos chamam as suas moças. Bom, mas não vim discutir questões vernáculas, mas sim contar uma história.
Era na década de 50, tempo em que o bonde ainda se constituía o principal meio de transporte de São Luís. Um ricaço português houvera se apaixonado por uma mulata de "vida fácil" e, tirando-a do bordel, casara com ela. A mulher, semianalfabeta, andava toda imponente, coberta de jóias, nariz empinado, pois estava podendo, né?
Então, a distinta entrou no bonde, com ar importante, e quase não havia lugar para ela sentar. Mas, num banco, onde um "bêbado bosta" falava besteiras, parecia haver um espaço. Aí ela disparou:
- "Hará" um lugar aí para a madame?
O bêbado não pensou duas vezes:
- Quando "hará" for verbo e rapariga for madame, haverá um lugar para você aqui.
Frase que lhe valeu ficar uns tempos fora de circulação, pois o ricaço português, ao tomar conhecimento do episódio, prometera dar-lhe uma surra de criar bicho!
Meu baú de histórias gaiatas ou pitorescas foi por mim mesmo apelidado de Baú V.I.V.O. (Vivi, Inventei, Vi ou Ouvi), enquanto que as minhas histórias românticas ou eróticas vêm do meu M.A.LA. ( Manual de Abatimento de Lebres Adoráveis). Esta história é do Baú V.I.V.O, item "Vi".
Antes de entrar na história propriamente dita, é preciso esclarecer que, no Maranhão e alguns estados do Nordeste, a vagabunda, vagaba, vadia, etc., ou a amante de homem casado, é denominada até hoje de "rapariga", embora esse termo venha perdendo espaço para os mais modernos, anteriormente citados. O porquê disso não se sabe - talvez esteja na alma popular - de vez que "rapariga" é apenas o feminino de rapaz e é dessa maneira que até hoje os lusitanos chamam as suas moças. Bom, mas não vim discutir questões vernáculas, mas sim contar uma história.
Era na década de 50, tempo em que o bonde ainda se constituía o principal meio de transporte de São Luís. Um ricaço português houvera se apaixonado por uma mulata de "vida fácil" e, tirando-a do bordel, casara com ela. A mulher, semianalfabeta, andava toda imponente, coberta de jóias, nariz empinado, pois estava podendo, né?
Então, a distinta entrou no bonde, com ar importante, e quase não havia lugar para ela sentar. Mas, num banco, onde um "bêbado bosta" falava besteiras, parecia haver um espaço. Aí ela disparou:
- "Hará" um lugar aí para a madame?
O bêbado não pensou duas vezes:
- Quando "hará" for verbo e rapariga for madame, haverá um lugar para você aqui.
Frase que lhe valeu ficar uns tempos fora de circulação, pois o ricaço português, ao tomar conhecimento do episódio, prometera dar-lhe uma surra de criar bicho!