Cabeça vazia
Hoje sentei á escrivaninha
Pensando no que escrever
Mas a mente me negou linha
Nenhum assunto consigo ter
Pensei naquilo que fiz
Caminhos por onde andei
Só sei que fui feliz
Pena que não anotei
Conversei com os amigos
Joguei conversa fora
Depois com o olhar perdido
Peguei rumo e vim embora
Perambulei todo mundo viu
Nem imaginas aquilo que eu vi
O dia passou o tempo ruiu
Eu vivi tudo porem esqueci
Como ferreiro sem ferramenta
Prevendo sem ser profeta
Vazia a massa cinzenta
Está pobre este poeta
Nada pior ser uma pessoa
Um poeta sem assunto
Ver a vida passando a toa
Vivendo com um defunto
Amanhã acordo cedo
E de olho arregalado
Vou por ai sem medo
E trazer tudo lembrado
Só me perco no andar da moça
Em seu lindo rebolado
Nem mesmo fazendo força
Eu consigo olhar pro lado