O cheque não caiu

Um grupo de comerciantes de minha cidade combinou de fazer um jantar de confraternização de final de ano.

Um deles ficou incumbido de encomendar as reservas em um bom restaurante de pessoa conhecida, e assim o fez, dando como garantia um cheque que pelo combinado só seria descontado depois do citado jantar.

Ocorreu, entretanto que um dos amigos que deveria participar do jantar sofreu um acidente grave e veio á falecer uns 10 dias antes da confraternização, uma verdadeira tragédia que acabou por tirar o clima da festa.

Diante disto, o amigo que tinha encomendado as reservas, foi ter com o dono do restaurante com o propósito de cancelar a referida festa e reaver o seu cheque.

Chegando lá recebeu o cheque de volta que o dono do restaurante se prontificou á devolver, entretanto ficou sabendo que o seu cheque tinha tido os seguintes movimentos: o dono do restaurante havia pagado um fornecedor, com o seu cheque, o fornecedor pagou uma cirurgia que fez com o seu cheque, o médico havia pagado o construtor com o seu cheque, e o construtor que devia ao dono do restaurante que também é agiota, lhe pagou devolvendo-lhe o cheque havia saído do seu próprio caixa, o que possibilitou a devolução do cheque sem problemas.

Mas o que mais chamou a atenção, é que o cheque serviu para o pagamento de tantas contas de tantas pessoas sem nunca ter sido descontado.

Mario Sapateiro
Enviado por Mario Sapateiro em 23/02/2009
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