O Vibrador e o Poeta
Eles tinham tudo para emplacar o amor
Tantas foram suas noites de sonhos e calor
Um era do ‘pedaço’ o melhor dos moços
A outra uma menina esperta e audaz
Todos os dois viviam a se namorar
No escurinho o bom era se tocar
Teclavam... Planejavam... Desejavam
Um tinha a poesia como companhia
Já estava até viciando nessa mania
Já ela tinha o brinquedo que a distraía
E nesse tal de adiamento sem fim
Os dois tristes nem mais se viam
Tornou-se um problema sem solução
Com quase nenhum espaço ao coração
Viviam calados nesse sofrimento
O poeta punhetava que se acabava
Das letras fazia a sua maior faceta
A caneta substituía a outra poética 'eta'
Já a donzela recolhida usava o vibrador
Por onde se satisfazia sem sentir dor
E a paixão e amor se instrumentalizaram
Até no sexo os tempos ficaram modernos?
O profeta Charles Chaplin já previra...
Mas o poeta ainda pensa na brilhantina
Onde nenhum dos dois era sovina
Mas agora a emoção aqui só chora
Enquanto ela ali no canto geme e cora
Já tem até banheira de hidromassagem
Tomara que o poeta e a vibradora...
Acabem logo com essas preliminares
Se encontrem de vez na sensatez
Rompendo a solidão da maluqueis
E ponham a tristeza lá pra fora...
No vai e vem do amor que aflora
Não gostou?! Ah! Meu bem...Nem vem
Já estou indo embora editar o meu poema.
Hildebrando Menezes