VERSOS SATÂNICOS 39 - A sombra do bigode imortal
Não li Marimbondos de fogo e de cara vou abrindo o jogo: posso ter uma atitude injusta, pois afinal, vá que seja uma obra robusta já que por ela, que a bem da verdade não é única, José Ribamar “três por cento ao dia” Sarney vestiu a túnica, aquela da Academia, quem diria! Ou fardão, como queira o contribuinte. Lembro dele pelo seguinte: quem vive bem abaixo da linha do Equador nem sempre acompanha o andor das movimentações do Olimpo. Lá onde nem todo jogo é limpo, ou quase todo jogo é sujo. Pois saibam que o dito cujo, depois de algum tempo no ostracismo, alça-se com todo peculiar cinismo a dirigir mais uma casa do povo. Pois é, de novo, agora valendo-se do voto de seus pares ou quadrilha. Sim, por que lá em Brasília, principalmente quando se trata desta camarilha vou dizer o quê? É o dono do PMDB (até ai eles que sifu, como diz o Lula) e do Senado (ai “nóis é que se copula”). O circo já está armado.
Zé Ribamar é dono de um período negro da República. Avacalhou com a coisa pública permitindo uma inflação sem precedentes. De todos os presidentes, e considerando que já tivemos dois Fernando, mais o atual que cansou de dizer “eu não vi, eu não sei”, ninguém foi tão nefasto quanto o Sarney. A economia andava de arrasto e a pobreza campereava frouxa. Até então o povo não parecia trouxa, pois o presidente era posto goela abaixo, mas e agora, onde me encaixo? Enchemos o saco de tanta eleição, do tal direito de escolha e do direito de ser “bolha”, pois com a nossa visão caolha elegemos representantes, sempre os mesmos de antes, a despeito do que tenham feito. E não é preconceito. Um sujeito antes de ser eleito sempre parece um cara direito, te cumprimenta com alegria e respeito, porém, depois do pleito quem não apronta, por que não denuncia o malfeito é no mínimo suspeito.
Sarney vem aí, não esqueçam que ele é imortal. Vai dirigir o Congresso Nacional... etecetera e tal.